21 de novembro de 2010

De onde já estive

Este é o pior lugar.
Aqui tudo se vai,
a energia se desfaz,
o sorriso nunca mais.

Não importa como vou.
Eu só sei sentir.
Muita, muita dor.

18 de novembro de 2010

Sobre as fibras

Por mais firme que seja um tecido, sua estrutura chega sempre ao ponto de saturação que só um fio, central e bem concentrado, segura toda sua postura.

Sinto que somos o elo mais forte na estrutura desse tecido que virou a nossa vida. A minha na sua e a sua na minha.

E como faz bem não ter que tomar conta só da minha vida quando você cuida tão bem da nossa. Não há hipocrisia no descuido com o próprio coração. A diferença disso para o descaso é a intenção.

E ele não me quer mal. E eu não me quero despedaçado por ai também.

Pelo menos, eu prefiro pensar assim.

O tempo que eu gasto com as incertezas só ganha força na verbalização delas. Enquanto eu só sinto, eu só sinto. E talvez a sabedoria venha disso. E o equilíbrio que o último amor me fez ansiar ao ponto da insuficiência emocional talvez seja a idéia de que sei por estou andando.

Se a estrada for nova, o coração tirou a sorte grande. Porque o caminho novo não é o coração partido. Disso, eu sei meu caminho de casa.

...and the love intention.

12 de novembro de 2010

Alinhando o fogo e as expectativas

Eu gosto da brincar na linha de fogo. Se ele tem disposição, resolução e objetividade, eu passo. Se é curioso, obscuramente flertador e subjetivo em todos os objetivos, tô dentro.

A auto-consciência só serve para ter clareza dos desastres que essas brincadeiras fazem com meu coração. Morrer dormindo é para os iludidos.

Ou para os sortudos.

Nesses últimos dias, me perguntei muito porque as escolhas são erradas em alguns aspectos. Porque esse casou e aquele transou com uma menina na nossa viagem a dois e porque o próximo só vai querer transar mesmo. No fundo, a gente se apega muito mais ao desejo do que ao objeto que ele representa.

A linha de fogo brilha e eu ignoro. Ou gosto de pensar que ignoro. As vezes eu não deva ver mesmo. Com tanta empolgação, suspeito que só faço isso porque gosto de me queimar.

 what a lovely way to burn...

4 de novembro de 2010

a fascinação volúvel de um amor eterno

Os momentos que sintetizam o amor são poucos, curtos e altamente repetitivos. Um olhar bem disposto no meio de uma conversa trivial, um abraço inesperado e despojado, uma preocupação trivial com o bem-estar do seu aparelho de celular.

Juntos, esses momentos não completam a totalidade do que eu e ele poderíamos (e devemos) compartilhar. Separados, esses momentos vão me custar anos de auto comiseração e antipatia para me curar, quando ele for embora.

E ele sempre irá embora. De mim. Como eu também sempre vou embora. De mim também.

Esperar pelo fim não me dá o benefício da jornada. Querer que acabe não me garante os dias cheios dos olhos dele, do cuidado e da malícia no toque sutil. Mas esperar que vai ser pra sempre só me desespera para garantir minha parcela de amor eterno.

Todo mundo quer se ater ao olhar mais significativo. Todo mundo quer se encantar com o sentimentalismo das tangentes. Mas debaixo disso tudo, dá pra ver as engrenagens desse amor.

Preciso fugir?

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