Ele entrou na sala e o nick era parecido com o meu. Ambos intitulados bi, mas com o decorrer da conversa, estava claro que queríamos distância de mulheres. A identificação foi imediata. Tínhamos mais em comum do que os relacionamentos anteriores. Só a gente que não sabia.
Você já passou a madrugada inteira conversando com alguém? A gente passou várias. O papo era informal e cuidadoso. Com o passar dos dias, carinhoso.
Num domingo frio, eu liguei. Já se passavam semanas, promessas, fotos, webcam e apego. Quando ele atendeu, automaticamente foi aprovado no último teste: homem de voz grave e suave. Respirei fundo e marquei um encontro.
De longe, eu o vi. Fui me aproximando com a perna tão bamba que dei uma tropeçadinha. Puro charme. Quando nos cumprimentamos, eu bati a mão no peito dele com segundas intenções.
Andamos por um tempo, conversando, até chover. Sugeri ir para o carro. Lá, pedi para abrir o porta-luvas e surpresa: o chocolate favorito dele estrategicamente colocado por mim. Nosso primeiro abraço me fez sentir seguro.
Com a chuva lá fora, ele deitou no meu colo e ficou de olhos fechados. Minhas mãos estavam nos seus cabelos. Muita coisa passou por mim nessa hora, mas a única que prevaleceu foi o beijo que eu dei como se quisesse dizer finalmente te encontrei.