28 de setembro de 2008

Bon D'Accord

[2003]
Não dou certo. Vou continuar procuranto mais das coisas que eu deveria fugir. E não é uma questão de reciprocidade porque não ganho nada em troca. Mesmo me escondendo bem protegido, as paredes comecam a desabar de uma vez só.

[2008]
Nessa epóca, cada passo que eu dava virava um novo engano.

[2003]
Desespero, arrependimento e carinho eu sentia por você. Odiei ter que admitir que tinha perdido o controle e isso me tomou tempo.

[2008]
Tempo para exergar em mim alguém elegível ao amor de outrem, para querer encontrar alguém tão especial quanto você mas, dessa vez, sem esquecer que eu devo ser especial também.

Sem esse recurso bobo de metáforas e viagens imaginárias do tempo, ainda continuo com medo quando alguém chega perto demais.

How bout how good it feels to finally forget you?

25 de setembro de 2008

Meus queridos...

Olá pessoal, td firmeza com vcs?
Espero que sim...

Vim aqui hoje apenas para dizer que ando meio ausente do blog por alguns motivos pessoais. Estou vivendo uma fase um tanto conturbada e pra piorar as coisas o meu pai não andou muito bem de saúde. Fui visitá-lo e acabei ficando uns dias por lá, o que só me apertou ainda mais com minhas obrigações.

Já são 05:30hs da manhã e só agora tive tempo pra ir dormir. Daqui a pouco, às 08:00hs já estarei na rua correndo atrás. Enfim, tá osso mesmo!!! Mas assim que aparecer uma brechinha eu volto a ativa.

Espero que todos compreendam.

Um grande abraço a todos e até breve!

23 de setembro de 2008

Por Aí...

Eu saio a noite para dançar. Sem qualquer outra intenção. Além de me embebedar e escapar de tudo que me desacelera na vida. A Rihanna até canta [ok, aqui, estou sendo o mais gay possível] 'I just came here to party'. Já ouviu essa? Pois é, sou eu.

Não acredito que seja uma postura muito desafiadora, no entanto. Pode ser até conformista. Não frequentar ambientes (a priori) GLS não te contena a um reduto exclusivamente só de heteros [até porque eu e os meninos podem estar lá] mas, sem sombra de dúvidas, limita suas opções.

Feliz daqueles que saem de casa se lixando para as opções. Por isso eu saio a noite para dançar.

O pior é que, agora, eu saio a noite para dançar. Mas se ele ligar, eu penso em voltar pra casa.

Party's just begun?

18 de setembro de 2008

Declínio

Todo o tempo investido não foi pouco. Não adiantava mais falar ao celular e repetir frases no MSN. Beijar não significava nada e sentir tesão era fácil nos filmes.

Quando as coisas com ele começaram a ficar menos Disney e mais Linha Direta, eu caminhei silenciosamente para a direção contrária do amor-próprio. As fotos da época revelam um semblante triste e um sorriso falsificado. Era o abandono de uma auto-suficiência espontânea e criativa.

O dia começava com uma briga via celular. Nem mesmo esse desagradável momento era genuíno. Adoro olhar nos olhos.

As pessoas se marginalizam quando descobrem que o amor acabou. O culpado foi você, claro, por não saber namorar. Existia um curso profissionalizante?

Você chora no ônibus, no cinema, no banheiro de uma festa de casamento. Você arrepia quando o telefone toca. E treme, quando ouve o nome dele. Comigo na linha, ele diz que vai contar para toda minha família, amigos e colegas de trabalho. E aquilo que eu nunca havia contado para ninguém volta em forma de praga.

Aí você, que sou eu, chega em casa e se tranca no quarto. E o telefone toca de novo. Enquanto ele grita do outro lado da linha, você, pela primeira vez, lembra o quanto era diferente antes dele. E ao invés do silêncio de olhos molhados, fala num tom de voz ainda desconhecido:

- Quer contar pra todo mundo? Conta! Eu sei onde você mora, estuda e trabalha. Eu conheço seus melhores amigos e sua família. Você não. Quer jogar?

E o jogo terminou quando ele percebeu que tudo que tinha a perder era o mínimo meu que ele conseguiu ganhar.

Passada a mágoa, o quadro acima
mostra o que você representa hoje pra mim.

14 de setembro de 2008

Eu corri e corri...

Eu sempre arrumei um jeito de me adaptar ao meio. Na escola, fugi um tempão da educação física por detestar futebol e por me achar gordinho demais. Com o tempo, legitimei minha aversão pelo futebol ao provar que era muito bom jogador de volêi.

Apesar de desenvolver amizade mais fácil com meninas nessa epóca [isso mudou!], me safava sempre como o "cara que era chegado das mais bonitas". Como o "gay", só para os mais sensíveis. E gays também.

Experimentei o anonimato sexual do melhor jeito que tinha, namorando um amigo da sala. E experimentei a não-dificuldade em ser gay por medo da exposição por um bom tempo. Aí eu me alistei no exército...

Perdi a conta do número de vezes que esse sargento me chamou de bicha. Acho que foram 6 ou 7. Ele só olhou pra mim. Perguntou meu nome e no meio da minha resposta, ele já disparava isso e a sala de exame em silêncio. No dia, eu conseguia descrever cada vez que ele gritava no meu ouvido no quarto com uns 40 meninos da minha idade. Mas não descrevi. Voltei pra casa. Como eu tremia.
Lembro de tremer tanto que minha voz perdeu toda força no exame de vista.

Não falei com ninguém. Decidi deixar isso de lado pra conseguir descobrir que esse lance de anonimato sexual somente serve de boa ferramenta de sobrevivência se você tem com quem dividir, como eu tenho o Lucas e o Leonardo.

"I'm still running away..."

10 de setembro de 2008

Escrito, Não Enviado, Não Dito [Ainda]

Querido Felipe,

O tempo parece passar mais rapido do que eu mesmo posso contar. Isso é bom? Conhecer você me fez perceber que as viradas do relogio andam na velocidade correta pro nosso coração. Houve um tempo em que eu acreditei piamente que os dois [sim, juntos] iriamos enfrentar tudo aquilo que me incomodava tanto quanto a você. Toda a desculpa que eu tenho hoje para não nutrir sentimentos ruins em relação a você é que tive a sorte de ter um amigo por perto para me ajudar a me descobrir. Essa desculpa também serve para tentar explicar porque nao consigo confiar 100% em todo mundo logo de cara. No final do dia, eu sempre vou me perguntar como se desenrolou esse processo todo pra você. O número de músicas que lembram você, as pessoas que me remetem diretamente a você, os lugares que eu passei com você. Tudo misturado na minha cabeça. Hoje eu consigo voltar lá atrás. Sem muita frequência e com variações de reação. Acho que devia ter dito que te amava. Mas não o fiz. Só senti muito. Vou guardar essa nota mental para o que me aguarda.


Querido Fernando,

Que saudade! Do cheiro, do suor, do sorriso e da falta de compromisso. Eu contei em algum lugar que tive uma experiencia que tangia pelo vértice da descoberta e novidade incessante. Ainda bem que estava muito longe de casa. Foi junto de você que eu vi um Luan que apareceu só naquela terra. Lembro das minhas pernas bambas com um medo gigante de tudo o que tava acontecendo. E por outros motivos. Lembro de como eu curti tanto um dia que aparentemente não iria me interessar aqui onde eu moro. E do dia que eu quase afoguei na piscina. E você estava lá. Situações desconfortáveis faziam sentido perto de você. Mas os dois sabem que só seria isso. É por isso que valeu a pena, pelo sexo, pela parceria e pela certeza de que a gente não ia manter contato.

Querido Alexandre,

Fiquei afim de você por todas as razões erradas. Fiquei afim porque você me segurou uma hora na sala de bate papo.
Fiquei afim talvez porque você tem um sotaque engraçado no telefone. Fiquei afim também porque você me fez rir de coisas que eu rio sem um pingo de vergonha. Fiquei afim possivelmente porque você mora longe e as propabilidades de machucar ou manchar algo legal são menores. Menores. Não, de maneira alguma, remotas. E as probabilidades tem uma preferência por pessoas como eu. Comedidas demais e sonhadoras demais, quem sabe. E a mancha tá bem clara hoje ainda. Nunca é uma palavra forte pra mim em relação a sentimentos como esses. Antes fosse experiência. Ou antes não fosse. Mas o valor que eu dou a mim hoje é maior do que já foi um dia e por isso tudo, acho dificil confiar em você. Eu aqui não me enxergo muito digno de muitos esforços para que seja reconquistado. Isso nem é um recurso pra você achar que sou inalcançável, não. Mas ou eu me acostumo a reduzir meus níveis de expectativas ou você supera elas. De novo.

Querido Jonanthan,

Acredito que todo mundo está em busca deliberada por sossego. Saimos por aí bebendo espiritos e idealismos na esperança de encontramos um pra gente. Todo mundo deseja encontrar alguém muito especial, mas nesse processo é muito fácil esquecer que somos especiais também. E isso acontece com você. Seja pra ser amigo ou pra qualquer coisa. Sua necessidade de ter alguém
Você tem o hábito de dizer o que quer mas não querer dizer o que você fala. E é irresistível. Quem sabe se eu tivesse a sua idade. Quem sabe se você não fosse tão gostoso e perdidamente convidativo para algo que eu já nao me permito faz tempo. E nem é pelo sexo. Que nao aconteceu. Ainda bem. Mas pela palpitação no meu coração que merece ser bem mais seletiva.

4 de setembro de 2008

Eu Sou de Verdade

Até onde você pode ser amigo íntimo do meu "ex-futuro alguma coisa" que é um hetéro [com dúvidas] convicto. Vale dividir experiências noturnas e comentar sobre o cara mais gato que passa a custo de ouvir sobre aquela morena baixinha da bunda gostosa. Ele é muito confuso. Sinto que contribuo pra essa confusão. Sinto que não vou ter beneficio nenhum nisso. E ele tem todos os sinais de 'Nao Se Apaixone'. E ainda bem que eu ainda não me apaixonei.

Mas porque eu continuo jogando as cartas que ele espera, eu não sei.

Ele precisa fazer sexo com uma menina para sentir validação na sua opção sexual pra dizer que me ama. E eu digo isso com facilidade. Não porque sou gay, mas porque amigos devem dizer isso. Ok, porque sou gay também. Só depois dessa validação que ele se sente a vontade para fazer brincadeiras que ofereçam "ameaça" a nossa "amizade" e a masculinidade dele.

E, curiosamente, ele percebe que eu percebo. E, levianamente, ele continua a jogar. E, irresponsavelmente, eu aceito o convite. E demonstro minha insatisfação quando ele fica com alguém. E fico sem vontade de conversar com ele. Quando ele diz "eu te amo" com a facilidade que ele disse ontem, eu só respondo "ok". A retórica é "você está bem?", eu digo "tudo bem" e ficamos por ai.

O fato dele saber que sou gay e se sentir a vontade com isso estimula minha imaginação? Ou será que o fato dele saber que sou gay e que fiquei amigo dele sem precisar usar essa carta estimula a curiosidade dele? Independente do que for, o jogo é cansativo e o chocolate que ele me comprou da última vez que saímos tinha um gosto muito doce até ele me contar que dormiu com a ex namorada dele.


if you really want it good, get yourself a bad boy...

2 de setembro de 2008

Pensando entre parênteses

Uma vez, eu e ele passamos uma manhã-tarde-noite juntos. Foi inédito.

Deu para conhecer a amiga dele (ela me contou que era lésbica e ele não sabia), conhecer a casa dele (sem a presença da mãe eu me senti à vontade), ouvir música (ele gostava daquela música que eu pulo hoje), ver fotos de quando ele era criança (eu roubei uma sem ele ver), deu para conversar sobre relacionamentos (eu fui o primeiro cara que ele beijou), conversar sobre medos (eu tenho medo de ficar sozinho) e ficar com medo de conversar (eu chorei de verdade pela primeira vez na frente de alguém).

Não deu para acordar cedo no dia seguinte (nunca dá), não deu para conhecer a cidade (ele trabalhava perto de casa), não deu para sentir tesão (mesmo falando de fantasias) e não deu para criar nenhuma raiz (voltei pra minha casa no final daquela tarde e perdi a foto dele no ônibus).

A melhor coisa das reticências são seus três pontos finais.
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