24 de junho de 2009

Através do Espelho

Um vez, nos disseram que cada um do blog tinha um estilo peculiar facilmente identificável. Um era bem sensível e em dúvida crescente se o amor existia (Luan), porque outro era engraçado e com bons motivos para afirmar que o amor existe (Lucas) e o outro era bem pé no chão e convicto que o amor não existe mesmo (Leonardo).

Outros nem sabem distinguir a gente pelo que lê aqui. Mas o que a gente acha da gente mesmo? Como cada um lê o blog e se surpreende com novidades ainda não contadas, sentimentos bem guardados para não emergir sem controle ou pontos de vista bem criativos, nós também experimentamos a mesma coisa nesse ou naquele post.

Por isso, para oficialmente comemorar o 1º aniversário do blog, fizemos nossa própria review do que a gente já leu aqui.Sobre o Leonardo: A inocência que não é identificada a primeira leitura nos textos do Leo me deixam mais intrigado com a forma que ele lida com toda nossa complexidade. Meu post favorito dele é "Cadê meu netinho?" - 06 de agosto de 2008.

Por que: Sentir o peso dos pais nunca me pareceu tão latente quanto a necessidade de um bate papo sobre filhos que indiretamente te força a ser quem você não quer, mas tem que ser.

Sobre o Lucas: O estilo despojado e engraçado dele me surpreende a cada post. Mesmo assim, os momentos em que a casca dá espaço para o que tá acontecendo bem dentro dele dão os relatos mais preciosos do blog. Meu favorito é "O mar e todas as coisas" - 10 de dezembro de 2008.

Por que: Pela sinceridade (e intensidade) numa força crescente e confiança que ele tem que tudo dá certo, independente dos caminhos do percuso. Ouso dizer que ele é mais sensível que eu em dias assim.Sobre o Leonardo: Ele tem um defeito de falar que não tem dom pra escrever. Deve ser por isso que some do blog (e ultimamente, das nossas vidas hahaha). O Leo tem essa inocência e mania de se tornar indispensável. E não percebe quanto ouro tem dentro daquele coração acelerado, que deu sustentação e brilho para "What Hurts The Most?" – 29 de abril de 2009.

Por que: Ele é um menino ingênuo e consciente de suas responsabilidades. De tão amável, parece alvo fácil. Mas essa raposa tem percepção e adaptabilidade impressionantes.

Sobre o Luan: Durante os vários anos de irmandade, já li inúmeros textos do Luan. Com talento raro, agilidade e técnica que pouco se vê, ele já me deixou emocionado muitas vezes. Poderia facilmente indicar o inteligentíssimo Montanha-Russa, mas eu vou de "Eu corri e corri..." - 14 de setembro de 2008.

Por que: O lado de fora demonstra maturidade, força e persistência constante. Por dentro, mora ainda aquele menino inseguro com um mundão todo pra enfrentar. Eu já vi situações de ambos. Mas eu não esqueço aquelas que me fizeram arrepiar.

Um dia o Leo aparece... E a gente atualiza!

22 de junho de 2009

Espelho

Em 1 ano, formamos em três cursos diferentes. Em 1 ano, o Lucas fez mais um ano de namoro. Em 1 ano, o Luan se apaixonou e quebrou a cara de novo. Em 1 ano, o Leonardo criou asas e foi morar longe da gente. É o suficiente? Não! Em pouco mais de um ano, constatamos uma certeza que aparecia, até então, uma suposição: não estamos sozinhos. Vocês estão aqui também.

Seja em comentários de apoio ou saudáveis ignoradas em temas chatos e redundantes. Seja no orkut de cada um de nós, com dicas ou mensagens de 'continua assim que tá ótimo'. Trocar msn e ser seguido no twitter foi a fronteira que a gente cruzou e confirmou tudo isso dito aí em cima. Num mundo onde que a gente se encontra nos pequenos detalhes, nosso blog conseguiu potencializar as sensações que a gente julgava só ter sozinhos em nossos quartos. E reduzi-las somente a nós três, em algumas situações.

Sem dúvida, as coisas mais interessantes estão nas entrelinhas.

Continuamos sendo três. Temos agora 20 e mais alguns anos. Coisas pra contar. Histórias pra dividir. Casos pra rir. (Sempre) Muita cerveja pra tomar. Nos próximos posts vocês vão encontrar um pedaço de cada um de nós. E de vocês também.

Obrigado por nos reconhecerem. E por se reconhecerem aqui. Reconhecimento. No sentido mais amplo, sem tirar nada, possível.

Muito bem acompanhados.

18 de junho de 2009

The Spy Who Found Me

Sempre enxerguei o armário como um centro de espionagem. Do nível zero-zero-setiano de confiança. Nenhum agente conhece o outro. As missões são solitárias e bem dissimuladas.

Espiar pelo armário é bom demais por que te permite presenciar comentários sobre gays sem filtros ("Aquele fulaninho do financeiro é uma bichona sem vergonha." ou "Morreria se meu filho fosse gay."). Espiar o mundo aqui fora é um hábito altamente difundido na coorporação.

Quem consegue explorar sua vida no armário desenvolve a habilidade peculiar do dispositivo radar, que todo gay conhece e a maioria utiliza para fins de divertimento (Saber quem é ou não é na sala de aula ou telepaticamente despertar interesse num espião ou não-espião qualquer). O dispostivo, quando bem usado, serve de sobrevivência e pertinência para os momentos mais sem-graça ou mais gostosos da vida do espião.

Nas últimas reflexões, já me convenci que essa bobeira de nenhum agente conhecer o outro só faz parte do jogo de esconde-esconde. Um bom radar funciona melhor nos companheiros de coorporação.

"Here inside of me, I'm who I wanna be..."
Com a revisão do Lucas.

9 de junho de 2009

Leis de Atração

Eu sou o ponto de equilíbrio dele. Pelo menos, eu pareço ser. Pelo menos, ele me mantém por perto como se fosse. Às vezes tenho a nítida impressão que ele sabe o tanto que me machuca, mas prefere optar pelo silêncio.

Por momentos como esses acima, já o odiei, mas não reclamei. Porque? Por medo de ele ir embora. Por certezas com base em suposições mais convincentes que a minha experiência.

Foi (ou tem sido) necessário boas doses de vergonha na cara e um número especial de espelhos (físicos e morais) para eu deixar de amar e odiar. Pelo menos, naquela intensidade. Pra entender que eu era tão bom quanto ele.

Tudo suficientemente necessário para o ver ele virar um satélite que me orbita. Daqueles naturais que se esforçam muito pra ter a mesma relevância do sol.

"running circles round the moon..."

5 de junho de 2009

Apelo e apego pelo pelo (ou trava-língua cabeludo)

Com a nova regra, algumas palavras homógrafas perderam o acento. Nessa aí que o falecido pêlo perdeu também todo seu moral.

Assunto divergente nas conversas, o pelo é geralmente vetado. A maioria gosta de caras lisinhos, com pelos escassos ou milimetricamente plantados. Passo longe. Gosto mesmo de peito peludo, pernas idem e barriga com caminho da felicidade.

Ser melhor amigo dos pelos exige disciplina. Ter por perto uma máquina de cortar cabelo ajuda na manutenção rápida. Vale também a regra da clavícula: é legal seus pelos do peito começarem dela para baixo.

Não existe nada mais safado e sexy que uma barbinha por fazer. Sou adepto e amante.


Nada mais nojento que sovaco depilado. Ah, tem sim: saco e territórios vizinhos. Concordam?


Vale lembrar que sempre tem um limite.
Peludo sim, mas com pedigree.

1 de junho de 2009

Combinações

Um sorriso me deixa desarmado. Um olhar consegue me convencer de qualquer coisa. Um aperto de mão bem dado garante que eu não vou cair.

Se o cara é confiante, ele é naturalmente sensual. Quando ele é arrogante, ele é excitante. Quando é fofo, desperta uma paixão até então inexistente. A brutalidade tímida indicia nada mais do que um cuidado que ele não sabe expressar.

Mas nada deixa o cara mais convidativo do que aquela bermuda bem descolada (ou bem básica) ou o jeans tão adequado ao corpo dele que parece ser uma extensão da pele.

Sobre o moleton surrado que ele veste (sem cueca), eu deixo pra depois.

"don't pretend you're not hungry...there's plenty to eat..."
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