19 de dezembro de 2010

Pra sempre...

"Parece que consigo andar sob água. Sei que pra você, também, não existe outra pessoa. Por isso, tô tranquilo que se a chuva resolver cair, eu vou continuar seco.

Você vê as lágrimas no meu rosto e sabe que são todas pra você. Mesmo que elas me confudam, penso em você de coração aberto. E o bom disso, é que acredito mesmo que as coisas não vão mudar. Mesmo que as palavras permanecam não ditas, quando olho pra você, vejo que você se sente como eu.

Todo dia é um reforço que o caminho a seguir é esse porque meus pais vão entender. Pelo tanto que a gente se gosta. Isso ninguem tira."

Belo Horizonte, 19 de dezembro de 1999

Quero ficar assim pra sempre.

21 de novembro de 2010

De onde já estive

Este é o pior lugar.
Aqui tudo se vai,
a energia se desfaz,
o sorriso nunca mais.

Não importa como vou.
Eu só sei sentir.
Muita, muita dor.

18 de novembro de 2010

Sobre as fibras

Por mais firme que seja um tecido, sua estrutura chega sempre ao ponto de saturação que só um fio, central e bem concentrado, segura toda sua postura.

Sinto que somos o elo mais forte na estrutura desse tecido que virou a nossa vida. A minha na sua e a sua na minha.

E como faz bem não ter que tomar conta só da minha vida quando você cuida tão bem da nossa. Não há hipocrisia no descuido com o próprio coração. A diferença disso para o descaso é a intenção.

E ele não me quer mal. E eu não me quero despedaçado por ai também.

Pelo menos, eu prefiro pensar assim.

O tempo que eu gasto com as incertezas só ganha força na verbalização delas. Enquanto eu só sinto, eu só sinto. E talvez a sabedoria venha disso. E o equilíbrio que o último amor me fez ansiar ao ponto da insuficiência emocional talvez seja a idéia de que sei por estou andando.

Se a estrada for nova, o coração tirou a sorte grande. Porque o caminho novo não é o coração partido. Disso, eu sei meu caminho de casa.

...and the love intention.

12 de novembro de 2010

Alinhando o fogo e as expectativas

Eu gosto da brincar na linha de fogo. Se ele tem disposição, resolução e objetividade, eu passo. Se é curioso, obscuramente flertador e subjetivo em todos os objetivos, tô dentro.

A auto-consciência só serve para ter clareza dos desastres que essas brincadeiras fazem com meu coração. Morrer dormindo é para os iludidos.

Ou para os sortudos.

Nesses últimos dias, me perguntei muito porque as escolhas são erradas em alguns aspectos. Porque esse casou e aquele transou com uma menina na nossa viagem a dois e porque o próximo só vai querer transar mesmo. No fundo, a gente se apega muito mais ao desejo do que ao objeto que ele representa.

A linha de fogo brilha e eu ignoro. Ou gosto de pensar que ignoro. As vezes eu não deva ver mesmo. Com tanta empolgação, suspeito que só faço isso porque gosto de me queimar.

 what a lovely way to burn...

4 de novembro de 2010

a fascinação volúvel de um amor eterno

Os momentos que sintetizam o amor são poucos, curtos e altamente repetitivos. Um olhar bem disposto no meio de uma conversa trivial, um abraço inesperado e despojado, uma preocupação trivial com o bem-estar do seu aparelho de celular.

Juntos, esses momentos não completam a totalidade do que eu e ele poderíamos (e devemos) compartilhar. Separados, esses momentos vão me custar anos de auto comiseração e antipatia para me curar, quando ele for embora.

E ele sempre irá embora. De mim. Como eu também sempre vou embora. De mim também.

Esperar pelo fim não me dá o benefício da jornada. Querer que acabe não me garante os dias cheios dos olhos dele, do cuidado e da malícia no toque sutil. Mas esperar que vai ser pra sempre só me desespera para garantir minha parcela de amor eterno.

Todo mundo quer se ater ao olhar mais significativo. Todo mundo quer se encantar com o sentimentalismo das tangentes. Mas debaixo disso tudo, dá pra ver as engrenagens desse amor.

Preciso fugir?

a

31 de outubro de 2010

Como vou explicar o que eu sinto?

"Eu torço por você". O que houve com "Eu te amo" e "Quero ficar com você"? Ou até mesmo com o "Estarei sempre ao seu lado"? Não sei qual mais difícil de digerir e ajustar a sua realidade.

Homens não tem facilidade com nenhuma das frases acima. Seja ele gay ou não. Os hetéros assumem que não é necessário. Os gays procuram justificativas para não ser necessário. E os bi simplesmente estão se lixando.

Mas todos homens estão dispostos a ouvi-las. Seja ele gay, hetero, bi ou com o livre arbítrio sexual praticado até onde não precisa. Quem ouve quaisquer uma delas bem, ou sente muito ou pouco. Quão intenso deve ser sua necessidade de afirmação ou de dedicação que não seja a sua própria.

Independente disso, cada um se dispõe a medida de amor que lhe parece satisfatório. E as frases são desnecessárias. Na maioria das vezes.

wishing, hoping, waiting...

13 de outubro de 2010

Ultra-passado

De volta naquele tempo quando alguém me disse muito, mas sem prometer. Porque eu iria sofrer tanto? Porque eu não sabia.

Você prometeu. E agora preciso provar o quanto sofro? Ou abaixar minha cabeça?

É uma estrada movimentada. Eu caminho tranquilamente de um lado a outro, aparentemente descalço. Você dirige um de seus carros. Qualquer um que quiser. Você para por mim, ou me ultrapassa?

Eu não peço carona, eu não ouso me machucar, eu só olho pro outro lado. Porque eu continuo sem saber.


Nunca fui fã de estradas. 
Mas elas sempre me levam pra onde quero estar.

19 de setembro de 2010

Sobre o oceano e as possessões

Sacrificios demais e esperas em vão. Supresas sem precedentes e expectativas crescentes. Será que o amor verdadeiro dura indefinidamente?

Eu gostei muito desse menino. Aquele que antes de quebrar meu coração na praia já havia o feito por vezes sem conta no passado. E, com distância,  fica muito mais nítido o quanto eu me dedicava a suprir o que ele precisava. E tudo que eu julgava suficiente pra mim fica, sob a mesma distañcia, cada vez mais turvo.

Bem como o oceano faz com a areia, ele me sugou até onde eu não sabia mais voltar mais pra casa. Mas com paciência, o mesmo oceano (querendo ou não) traz a areia de volta pra assentar no seu lugar de origem.

E como que eu percebi isso? Essa vida de sacrificios, esperas, surpresas e expectativas que era dele, agora é minha. Só minha pra começar.

 I used to
love him
now I don't...

13 de setembro de 2010

Com a cabeça no travesseiro

Se eu soubesse voar, eu buscaria o inverno para me acolher. Se eu pudesse me esconder, eu escolheria uma casa sem janelas e uma cama desarrumada. E não me levantaria por dias.

Não me importo em sorrir agora. Se eu pudesse escolher, eu preferia estar em silêncio com o olhar perdido através do vidro do ônibus. Sem rumo certo, apenas desperto.

Se eu conseguisse dormir, eu sonharia comigo novo.

If God's taking bets
I pray He wants to lose...

31 de agosto de 2010

Do começo ao fim???

... "Depois de quase um ano morando lá, recebi esse recado e então..."

Trocamos alguns recados no orkut e veio o pedido dele pra me add no msn. Não achei estranho o pedido mto embora tenha me passado na cabeça qqer interesse da parte dele. Adicionei assim mesmo.

No início eu tinha preguiça. Não respodia aos chamados no msn, não dava mta conversa e na maioria das vezes me mantinha offline. Ele insistia em conversar sempre alegando que não tinha ngm online no msn dele. Algumas semanas se passaram dessa forma e fui me rendendo... até que quando menos esperei, não conseguia dormir sem falar com ele. As coisas já estavam mto transparentes em relação ao que um tava sentindo pelo outro até que um belo dia, abrimos o jogo e começamos a "namorar".

Todos os dias até as madrugadas no msn, uma paixão louca!!! Mas essa história de namoro pela net, se vendo apenas pela webcam..... Isso não funciona. Fui perdendo a graça daquilo e depois de um tempo decidi que não dava mais. Disse pra ele que era melhor a gte dar um tempo. Viver na espectativa de um dia (que nem previsão tinha) se encontrar não tava me agradando. Então disse pra ele que a gte devia dar esse tempo. O dia que a gte se encontrasse, se rolasse, a gte veria se dava mesmo certo. Obviamente ele não ficou mto feliz com isso. Relutou, disse que não, mas acabou cedendo. E durante os próximos dias ele desapareceu!

Uma semana mais tarde por volta das 7 da noite meu telefone toca. Era ele. Eu tava na casa de um amigo cuidando de uma gata mas nessa hora eu estava sozinho no quintal da casa e resolvi atender... Depois de ouvir o meu "alo", ele me disse assim: "To aqui pertinho de vc". Minha primeira reação foi olhar de canto a canto do quintal. Ele me disse que estava na cidade e que ficaria por alguns dias....

Cidade pequena, a fofoca é coisa perigosa... Com todo o cuidado, nos encontramos depois de um ou dois dias e depois disso, todos os dias a gente dava um jeito de dar uma escapada. E logo depois veio o final de semana. Sozinho em casa era mto tranquilo de receber ele. Foi avassalador!!! Paixão arrebatadora... Tudo mto novo e tudo mto intenso! Passou o final de semana e voltamos a nos encontrar às escondidas, num lugar mais distante. Costumávamos nos encontrar depois das 3 da tarde e nunca passamos das 7. Geralmente a gte esperava o pôr-do-sol, ficava mais um tempo e saia. Fazia mto frio e eu não queria deixar qualquer evidência de absolutamente nada. Foram momentos maravilhosos, de mta doçura, mto carinho e mta verdade.

No último dia dele na cidade, estávamos nesse lugar que acabou virando o "nosso lugar" e durante um momento de silêncio, nós ali esperando o "nosso" último pôr-do-sol, ele tirou um cordão que usava e colocou no meu pescoço. Me deu um abraço apertado e ficamos abraçados por um bom tempo. Tirei um anel que eu usava e coloquei no dedo dele. Foi um momento mto mágico... parecia cena de filme. Meio que trocamos alianças... Falei com ele que independente do rumo que as coisas pudessem tomar, que tudo tinha sido absolutamente perfeito! Nada ficou a desejar e que aqueles momentos tinham sido os momentos mais felizes de minha vida. Com os corações apertados nos despedimos e fomos embora.

No outro dia ele saiu cedo e foi pra uma cidade próxima para de lá pegar o ônibus que o levaria até sua cidade. Não resisti... Fugi do trabalho e corri pros braços dele. Fui pra essa cidade e depois de mta loucura, conseguimos um hotel. Passamos o dia inteiro grudados. Nem de almoço nos lembramos. O ônibus dele partia às 18 horas e tentamos aproveitar o máximo que podíamos daquele dia. Chegada a hora fomos ao encontro do ônibus e depois de uma despedida quase fúnebre, ele entrou no ônibus e eu fiquei sentado na moto esperando o carro sair.

Com os olhos cheios d'água eu voltei pra minha casa sem conseguir pensar em alguma desculpa pelo sumisso.

Mas uma pergunta já me atormentava....

- Seria esse o nosso último pôr-do-sol? -

17 de agosto de 2010

Back in the industry...

Olá meus queridos, quanto tempo, heim?!
Pois é, mais uma vez andei tão sumido que o blog tá cheio de novidades inclusive pra mim.
Mas é que eu ainda não me sentia mto à vontade pra falar sobre umas coisas que aconteram na minha vida. Hoje eu acho que tá ok... =]

Vamos começando por relacionamentos...

Bom, tudo começou em abril desse ano. Mais precisamente dia 14 de Abril de 2010 quando recebi um recado no orkut que dizia assim:

"Ola grande veterinario, tudo bem???
saudades cara, onde esta morando???
fui em (cidade onde to morando, e de onde ele é) e nao vi vc!!!
de noticias!!!!
Abraços!!!"

Nos conhecemos desde muito pequenos. Minha família tem fazendas nessa cidade e toda oportunidade que eu tinha, estava lá. Foi de lá inclusive que me despertou o amor e o interesse pela veterinária, mas voltemos ao assunto. Sempre passava férias por lá e por vezes ele ia com a irmã na minha fazenda. Ela era linda e eu só tinha olhos pra ela... Ele também é mais novo que eu e nossas turmas não eram as mesmas. Mas enfim, volta e meia a gte se esbarrava em algum lugar.

O tempo foi passando e com isso eu ia com menos frequência nessa cidade. As reponsabilidades foram chegando e num dava mais pra ir sempre pra lá como eu ia. Perdemos contato durante mtos anos... Morando longe, faculdade... tudo isso me deixou mto distante. Eis que, logo que formei, já "homem" feito e com o interesse por garotos bem definido na minha cabeça, recebi um convite para trabalhar nessa cidade. Juntei a fome com a vontade de comer. Precisando trabalhar e ainda num lugar que gosto... Não poderia ser melhor! Arrumei as malas e parti.

Depois de quase um ano morando lá, recebi esse recado e então...

- The dream started -

12 de agosto de 2010

Naquele dia...

Não há como não proteger as suas experiências ruins, limitando-as em memórias de somente-dor. Sempre tem algo de bom que ou faz você se agarrar ao que já acabou ou te garante momentos de nostalgia culpada.

Um dia, ele me convidou pra ir no clube que seu pai era sócio. Em dias de amor sem verdades mal-ditas, um convite desse já me satisfaria a carência que eu sempre sentia. Mas era diferente, ele já (admitira que) ficava com meninas e "namorado" não era a primeira definição que ele tinha de mim.
Decidi ir pelo desejo sarcástico de provocar o confronto de realidade que o faria enxergar que, além de mim, não tem ninguem que o amaria de verdade. Continuo fazendo, ou maquinando fazer, isso com todos os outros. Coisa de sagitariano.

No clube, torci meu pé depois de 2 cervejas (eu era novo ainda). Me levaram pra enfermaria enquanto eu chorava muito. Quando ele conseguiu chegar lá dentro, vi os olhos marejados que ele escondia atrás do sorriso mais sem jeito do mundo.

E chegou perto do meu ouvido, pra mais ninguem ouvir, e disse: "Voce não pode machucar. Se você machucar, eu machuco também".

Naquele dia, nenhum confronto de realidade (pra ele ou pra mim) pintaria a verdade do jeito que ela me parecia.

... não solta da minha mão.

7 de agosto de 2010

O que eu sei do amor

A paixão é droga acelerada, que faz o sangue correr depressa e desperta os sentidos. É inconveniente, sem mensura, viciante. Abre o apetite, fecha o instinto. Faz você ter a certeza de conhecer tudo e te move pelos dias, como se preciso fosse. Impreciso.

O amor te deixa brega. Você se esquece de tudo que pode sozinho. O que você pode sozinho? O amor te faz companhia, te dá as melhores conversas, viagens, prazeres e momentos. É como se tudo que você precisava estivesse ali. O amor são cartas, versos, melodias e sabores. Dissabores.

A expectativa é solidão. Ela é grande, sempre proporcional à frustração. Tantos anos e ganhos se perdem no primeiro soprar do vento. Seria eu uma bolha de sabão?

Não. Eu sou contramão. Ainda acredito, como um menino, que o amor pode ser eterno, viciante, brega e completo. Que pode ter sempre gosto de novidade, aventura e incerteza, Leo. E que pode ser demorado, intransigente, na hora errada, mas nunca desacreditado, Luan.

 Ainda a soprar pelo amor.

3 de agosto de 2010

will you try to make me feel better?

E se você tivesse só essa chance de se apaixonar? Aquela sensação de satisfação que não acaba e que a fonte propulsora é ridiculamente limitada. Todas as tardes que apagam instantaneamente as tardes anteriores.

E se você pudesse escolher só uma vez o caminho a seguir? Todo esforço de fazer uma missão como fazer ele sorrir ser completada, independente das concessões?

E se fosse a última noite da sua vida de solteiro? E dependesse da sua disponibilidade para o perigo, o desconhecido e o imprevisível para que tudo desse certo.

Mesmo que esse tudo seja ser o namorado dele. Com as imperfeições, os detalhes e as llimitações. Por um tempo que você não sabe.

Você tentaria?

 or run away?

26 de julho de 2010

Pelo Sim e Pelo Não

Todo mundo me diz que eu preciso encontrar alguém. Todo mundo que sabe de mim. Mas será que eu quero?

As últimas experiências são termomêtro para as futuras? Se sim, estou na espera daquele cara dependente que olha pra mim com olhos de admiração e expectativa por tudo que eu sei. E ele vai, mesmo assim, conseguir me machucar com a facilidade daquele que tem o elemento surpresa.

Se não, ele que vai chegar e me surpreender em cada expectativa que eu finjo ter porque ninguém me surpreende. Nem os últimos bi-curious que eu conheci. Ele vai me garantir tranquilidade no stress mais intenso e vai me aliviar no dia em que eu tiver mais desconfortável.

Se sim, não sei se quero encontrar alguém. Porque eu já li a última palavra desse livro.

Se não, mal posso esperar pra me apaixonar. Porque ninguém quer viver no eixo pra sempre.

 somebody's somebody...

21 de julho de 2010

Do silêncio e das expressões

Como você descreve um sentimento? Com palavras de intensidade e envolvimento literário? Com expressões de profundidade e catarse visual? Ou será que você sente. Pura e simplesmente. Pelo benefício do sentimento.

Quando se descobre gay, um menino (e uma menina) absorve por conta própria o conceito do silêncio. Ele (ou ela) aprende a olhar sem ser visto. A falar sem ser percebido. A gostar sem ser pego. A amar sem ser correspondido. Tudo porque no silêncio, o menino (além da menina) encontra a solidariedade que só o anonimato pode oferecer.

Com o tempo, o menino (e com menos frequência a menina) perde o gosto pelo anonimato, pelo silêncio e pelo low-profile. Talvez porque a promessa de amor sem correspondência canse qualquer rapaz (e quem sabe garota).

Duvido muito que a troca seja justa.
 Shouting is golden but silence is more fun.

27 de junho de 2010

Definindo Conceitos [The Sex Post]

O aroma forte do desodorante não eliminava o cheiro das axilas suadas dele. Vi todos os pelos do peito dele brilhando com o suor que brotava incessantemente de todos os seus poros. Chupei um mamilo enquanto ele gemia alto que eu não podia fazer isso de novo. Chupei o outro. Ai ele me beijou. Esse foi o gatilho para me abduzir de qualquer preocupação que eu continuava considerando, mesmo com ele dentro (e fora) de mim.

Já não é a primeira vez que eu o considerava. Me parece que foi a primeira vez que ele me considerou, de fato. Honestamente, não consigo justificar nem pra mim os joguinhos que, literalmente, empatam a foda sem compromisso. Dito isso, nossa conversa era direta sempre que possível e eu percebi que ele não fazia promessas, ele estava era desenhando cenários.

Eu só conseguia olhar pro rosto dele. E nele tinha uma expressão de concentração forte, mais no que ele sentia e menos no que ele fazia. Deve ser por isso, essa ardência toda hoje de manhã.

Durante todo o tempo, vi um infinito de problemas sendo radicalmente reduzidos a fagulhas de pensamentos sem nexo. Esqueci todos eles naquele quarto e nas horas a seguir. Será paixão a melhor definição pra isso?

Duvido muito. Sexo bem feito e bem aplicado define muito melhor. E por ser sem compromisso, acaba sempre com uma reprise já programada.

7 de junho de 2010

Aos Dezesseis...

Será por que eu não sei falar o que eu sinto?
Será por que eu não valorizo o pouco que ele me dá?
Será que não fui honesto o suficiente quando fiquei com ciúmes?
Será por que eu só jogo vôlei?

Será por que eu gosto de música boa?
Será por que eu sou preto?
Será por que eu sempre quero beijar na boca?

Será por que eu não me chamo Larissa?
Será por que eu fiz novos amigos?
Será por que o pai dele obrigou?

Será por que ele mentiu?
Será por que eu sempre soube o que eu queria?
Será por que eu fingi sempre saber?

Será por que eu quis falar eu te amo?
Será por que eu não falei?
Será por que eu sou menino?

26 de maio de 2010

Expectativas Superficiais

Há quem diga que a sabedoria só chega com uma perda. Já perdi amores, já perdi minha avó, já perdi a alegria. Já achei que tinha encontrado ela de novo. Em vários locais diferentes. Mas já perdi as esperanças de me convencer que ela, a alegria, seja mais definitiva do que parece.

Mas tudo isso não me faz mais sábio. E isso não faz desse texto um manifesto melancólico de um jovem gay sem expectativas. Não o leiam assim porque, como as pessoas, ele não se mostra como realmente é.

Ele se casou. Partiu pela última vez o meu coração ruim. Ruim porque não cansa de ser remendado. Cheio de costuras e ajustes de última hora. E eu não aprendi. Enquanto ele me diz que resolveu dar rumo a vida dele, eu insisto em me convencer que a minha está além disso. 

Mas pelo contrário, sempre soube por onde eu estava andando.

No fundo, a gente sempre sabe por onde vai.

I ran and I ran... I'm still running away...

19 de maio de 2010

Onde Você Encontra a Verdade...

"Achei que você era especial. Achei que você devia saber isso." Todo o discurso sobre como eu te amo só é válido se você não for viado. E a gente passa a vida açucarando a verdade. Pra suportar a sua frieza ou pra justificar o comodismo.

Quem prega que fora do armário existe mais calor e compreesão, mente. Primeiro porque aqui (ou lá) fora é cada um por si. Já é difícil por conta própria. Segundo, porque ninguém te promove no trabalho por uma postura abertamente gay.

Teve um tempo que  achei que um amor dos grandes ia facilitar a repulsa que cega quem a gente espera superar as expectativas. A ironia é que a variável que me fez desacreditar foi o amor mesmo. Por que a repulsa é uma constante.

Quando você vê tão pouco de alguém representando um papel tão forte em como seus pais o enxergam, você perde a paciência. Agora que eu perdi a paciência, já não tenho mais comentários. Não estou nem aí.


 Aperte aqui se você já aguentou demais!

12 de maio de 2010

Ele e Eu

Mas um dia ele, de repente, acreditou de verdade que seria forte o suficiente pra mim.

Não sei o quanto ele procura de homem em mim. E o quanto de mim procura um homem. Penso mais que ele nem imagina o quanto  eu preciso do homem nele. Seja pela fortaleza ou pela vulnerabilidade. Seja pela tranquilidade ou pela urgência.

Não estou acostumado a esforços que superem a minha vontade de agradar. Eu sou objeto e ele observador. Será que é disso que eu preciso?

Quando ele percebeu que seria o suficiente pra mim, nem minha descrença serviu de alíbi. Tive que me dedicar.

Subitamente, ele começa a precisar de mim. Depois de algum tempo, volto a ser aquele que provem. Será que eu vou ser a melhor opção, quando ele é você?

 
 Ninguém precisa de amanhã com um dia desses...

5 de maio de 2010

Entre Parenteses - Parte II

Ele para de transar com ela.

(Comigo também. Mas as conversas vão noite a dentro. Ele conhece todos meus amigos. Gosto de ver ele sorrindo.)

Na festa de fim de ano da empresa, ele a leva. Todo mundo comenta o corte novo do cabelo dela. Ele ri e se diverte. Ela abraça ele e não solta nem por um segundo. Por 3 minutos, ele troca olhares comigo.

(Sem um pingo de culpa! Queria viver sem consciência como ele. Apesar de querer muito, prefiro não transar e vou embora. Querendo chorar.)

Ele passa finais de semana por conta dela. Sente alegria na risada dela e é tratado bem pelos familiares. Ele sabe que ela faz surpreendentemente bem a ele.

(Eu fico por conta dos meus pensamentos.)

Ficar com ela sempre é fácil. Existe uma devoção não-aparente nela que dá segurança suficiente a ele para o erro e redenção, erro e redenção, erro e redenção. Vai ser um bom casamento, mas não acho que seja amor.

(Você não pode me fazer chorar. Você já teve esse poder. Nunca me senti tão bem assim comigo mesmo.)

Fim?

28 de abril de 2010

Entre Parentêses [Parte I]

Não existe nada que ele não faça por ela. Os fins de semana, os churrascos, os amigos ocultos da empresa, as reuniões de família. Ela valida tudo com um sorriso grande que derrete qualquer coração.

(Ele gosta muito de conversa comigo. Todo dia temos um assunto diferente, que pode durar horas, de acordo com ele.)

Ela gosta mais quando está sozinha com ele. Ele parece ser mais ele desse jeito. Reservado e bem intencionado. Ele já prefere ficar com ela quando tem mais gente perto. Assim, ele não precisa ser tão cauteloso.

(Com tanto papo, a cerveja é inevitável na sexta-feira depois do trabalho. Meu coração sobe até a boca quando sinto o dele disparado quando vamos nos beijar.)

Ele não entende por que responder TODAS as sms dela.

(Com o tempo, a ansiedade troca de lugar com a intensidade. Transar com ele fica fácil porque amanhã ele vai ser meu colega de novo. Só mais atencioso. Ganho um boa noite todo dia vis sms.)

Brigar pra ela é o efeito colateral da convivência. Por isso ela não provoca. Para ele, brigar é a alternativa pra sumir alguns dias sem necessidade de justificativa.

(Duvido que ele saiba o que está fazendo. Quando digo que gosto muito dele, seus olhos enchem d'água e ele se retrai. "Eu sou noivo", é a resposta dele. "Eu sei", penso mas não digo. Não devia ter falado aquilo antes.)

O tamanho das decisões...

22 de abril de 2010

Homem-Embarcação

Ele é do tipo que perde toda a reputação por causa de uma mulher. Ele não entende e também não faz questão de compreender. Está em alto mar sem direcionamento. Como uma barco a deriva esperando só um ponto firme para ancorar.

Esse é o tipo de homem com quem eu invariavelmente me envolvo. O homem-embarcação. Não vale a pena ser um amigo-foda de nenhum deles. Eu nunca vou receber meu dinheiro de volta.

Você sorri até você chorar. Você chora até não poder mais. Você ama até não amar mais. Você tenta até não conseguir. Por isso, confie até desconfiar.

Não vale a pena seu coração entregar de bandeija para esse tipo de homem. Se você sabe não se apaixonar, vá em frente. Só se certifique que ele não vai ancorar em você.

...or keep that record on repeat.

16 de abril de 2010

The Sparkle (Parte Um)

Detalhes me movem. Gosto de coisas novas, mas não me importo com tudo novo. Gosto de relembrar os detalhes que me fizeram. E dos detalhes que me refizeram novo.

Gosto da voz rouca de bom dia, do chá na cama, o toque das mãos escondido no elevador. Do beijo sem pressa, do vidro do carro embaçado e das horas de conversa sem olhar o celular. Gosto de saber planos inconfessáveis, manias solitárias e de uma bobagem qualquer, que me faça rir sem maneirar o tom. Gosto de sair feliz nos dias cinzas, de caprichar na roupa em plena terça, de perceber os olhos para mim na rua.

Se o start está nos pequenos detalhes, o que impulsiona essa imensa máquina complexa chamada coração quando tudo que você tem parece tão distante?

I was wondering   
Would you reach for me
If you saw that I was languishing...

13 de abril de 2010

Fora de foco

Horas dentro do quarto falando ao telefone, o barulhinho insuportável de mensagens chegando no celular a cada 5 minutos e algumas semanas depois a notícia: "Léo, to namorando!". Meu irmão com aquela cara de bobo pra anunciar seu novo namoro. Horas falando sobre a garota, muitas fotos guardadas no laptop dele e um certo alívio pra minha cabeça...

Há pouco tempo comentei sobre o meu pai querendo netos. É muito tranquilo o relacionamento lá em casa e levamos sempre numa boa esses assuntos. Brinco com eles, eles brincam de volta e assim vai. Mas ainda assim, existe aquela coisa que fica na cabeça da gente; Sou novo ainda, to me estabelecendo no trabalho... muito chão pela frente. Fica fácil empurrar com a barriga. Até porque nem estou namorando. E quando estava também, não tinha a menor possibilidade de um filho. Um estudante totalmente dependente.

Eis que, com a novidade do novo namoro do meu irmão, ando meio 'esquecido' nesse aspecto. Pelo menos por um bom tempo as atenções do meu pai estarão voltadas pro outro lado. Meu irmão inclusive já me disse morrendo de rir que papai já perguntou, inclusive pra mais nova nora, quando planejam ter filhos. Parece que ele quer mesmo ficar correndo atrás de uma criança dentro de casa.

Enquanto isso, no mundo complexo e turbulento de Leonardo rola uma tremenda maré mansa com possibilidades de tempos fechados daqui há algum tempo... Quem sabe?!

- Will you ever come back? -

2 de abril de 2010

Twister

Tudo que ele me disse uma vez nunca deixou de me assombrar. Das palavras que ouvi, as dele sempre serão as piores. 

Sempre tive medo de tornar-se realidade. O filho único que não vai casar, que não vai ser tio, que ninguém vai entender. O filho que não conversa com o pai. O corajoso que faz o universo conspirar a seu favor só porque ele quer. O príncipe sempre exaltado pela educação, inteligência e beleza. Não mais.

A maldição dele parece ser mais forte. A pior sensação do mundo é estar rodeado de pessoas e sentir-se sozinho. Não porque faltam pessoas especiais. É porque ele me disse uma vez. E ao menos esse dia, ele não estava errado.

28 de fevereiro de 2010

Eu preciso de você!

Gente, não tenho feito outra coisa da vida a não ser trabalhar. Saio de casa pro trabalho e ele vai acabando volto correndo pro conforto do meu quarto. E ele nem é tão confortável assim que dê vontade de ficar lá o dia todo. Mas é onde eu tenho procurado me refugiar.

Meu humor tem oscilado muito e tenho perdido a paciência com mta facilidade. Coisas que antes eu não me importava e até me divertia com aquilo me deixam hoje extremamente bravo. Pois é, to meio amargo! Claro, meu dia tbm tem boas risadas mas, acho que num to muito bem.

- Catch me cuz I'm falling -

8 de fevereiro de 2010

Blecaute

São dias como este, em que todas as pessoas que você mais ama estão longe o suficiente para o abraço não alcançar, que você fica no escuro.

Lá no meio, você não encontra seu sorriso. E não enxerga lágrimas, mas sente-se confortável por ninguém vê-las. No escuro do quarto só nos resta dançar até sentir dor nos pés. O cansaço físico leva ao sono, que insiste em sonhos repetidos.

O que acontece quando o príncipe não se encaixa nos padrões da realeza?

 Are you here?

17 de janeiro de 2010

As moedas, as apostas e as (in)certezas

Será que, todos procuramos amor, no fim das contas?

Sempre temos provas cabais de que amar é possivel. Três anos (e contando) de namoro servem pra isso.

Mas e se ele existe, mas não pra você? Se as tentativas mais promissoras não passam de frustações em construção.

Daí, só resta duvidar. Ou excluir qualquer esperança de que você vai set amado pelo cara mais perfeito que sua imaginação pode conceber.

Depois de muito tempo, os três donos do blog se reencontraram (juntos) e as respostas questionadas aí acima não foram respondidas. Mas uma certeza dispensa variáveis: a gente se ama muito e nada muda isso.

"so you act, so you feel, so you are..."

PS: Estamos voltando.
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