5 de dezembro de 2009

Taix Nice?

No último domingo, pela primeira vez, fui pego completamente de surpresa num ambiente que eu acreditava não estar ainda muito preparado para conhecer. Ou estar nele. Ou sei lá. Em um momento eu estava na praça da alimentação de um shopping e num segundo momento eu me vi no meio de um bar/boate (num sei bem definir o que era aquele lugar) de pessoas 'entendidas'. Era assim que ela se referia aos gays.
Um esbarrão nas costas e quando dei conta, era um colega de faculdade... Não me senti envergonhado. Apesar de o simples fato de estar alí denuncia alguma coisa, na minha cabeça eu estava acompanhando uma amiga que há um tempo atrás trocamos alguns beijos. Ele, em contrapartida, não conseguiu disfarçar o constrangimento. Nos abraçamos que se estivéssemos no bar da esquina da faculdade onde costumávamos nos encontrar. Voltei para a posição em que eu me encontrava quando um primo distante passa de mãos dadas com outro rapaz (pensei: eu sabia!!! E ele é tão bonitinho... simpático, educado, inteligente... enfim). O conforto da consciência se esvairiu nos minutos seguintes e eu já não sabia mais nem como me comportar. Qualquer olhar inocente parecia o mais intimidador... Me senti um peixe fora d'água. Tão desconfortável onde as pessoas pareciam estar em liberdade plena. Uma bebida pareceu uma boa idéia e aceitei uns goles do copo dela. Estava um pouco resistente com a bebida pois sabia que ela ia me deixar mais a vontade. Queria ter controle total da situação.
Consegui curtir algumas músicas. Havia uma garota cantando e ela mandou um sertanejo que adoro. Cantei algumas músicas junto com ela com minha longneck na mão e teminando aquilo: "Não estou me sentindo bem. Podemos ir agora?" não foi uma desculpa esfarrapada que arrumei. Mil coisas passando pela minha cabeça... Toda aquela excitação numa circunstância inesperada me rendeu um terrível mal estar e uma dor de cabeça bem fina. Daqueles que incomodam muito mais do que de fato doem. "Só mais duas músicas, pode ser?" Fiquei ali parado enquanto ela dançava. Acendi um cigarro estando certo de que não esperaria a terceira música. Fumei o cigarro todo tentando pensar em alguma coisa. Imaginar algo... A mente ficou vazia e por mais que eu me esforçasse... Nada!
Fomos embora. Cheguei em casa e dormi quase que instantaneamente. Foi a conta de tomar um remédio e apagar. Desde então ainda não tinha parado pra pensar no acontecido e nessas coisas. Ainda não parei, essa é a verdade.
Quase uma semana se passou...

- Am I alone??? -

3 de outubro de 2009

Close Up [Para Lucas]

May your heart be never alone when the dawn's breaking
Que o seu coração nunca esteja sozinho quando a manhã aparecer
May your life be a rolling stone when the ground starts shaking
Que a sua vida seja adaptável quando o chão começar a tremer
And the world is waking
E o mundo estiver acordando

All I can tell you is to know who you are
Tudo que eu posso te dizer é pra saber quem você é
And if they hurt you they can never do you harm
Daí se eles te machucarem, eles não poderão te fazer mal
And if you want to you can love ‘em till the cold turns warm
E se você quiser mesmo, você pode amá-los até que tudo acabe

May your kiss always feel like the first kisses
Que os seus beijos sempre sejam como os primeiros beijos
And may your truth help you heal
E que a sua verdade ajude-o a se curar
May you catch big fishes and get all your wishes
Que você tenha boas surpresas e consiga todos os seus desejos

If you need me (I will be there)
Se você precisar de mim (Eu estarei lá)
Can you hear me?
Você pode me ouvir?
If you're waiting (I will be there)
Se você estiver esperando (Eu estarei lá)
Your heart's aching (I will be there)
Seu coração estiver doendo (Eu estarei lá)

And when you're lonely (I will be there)
E quando você estiver solitário (Eu estarei lá)
When you call me (I will be there)
Quando você me chamar (Eu estarei lá)
If you need me (I will be there)
Se você precisar de mim (Eu estarei lá)

Believe me I'm going nowhere
Acredite, eu não vou a lugar algum
May your heart be never alone.
Que o seu coração nunca esteja sozinho.

May Your Heart (Melanie C, 2006, This Time)
I'm in the front row with popcorn...

23 de setembro de 2009

Sobre o cansaço...

Com uma paciência e aceitação somente aparentes, eu aproveito os dias que eu não imaginava suportar há pouco tempo atrás. Quando viver em função dos questionamentos se ele era o cara certo me consumiam o suficiente pra não querer descansar.

Enquanto isso, do outro lado do planeta há inúmeras coisas acontecendo as quais não tenho nem mesmo a mais pretensiosa vaga idéia.

Tolice. Ali na esquina mesmo ocorrem inimagináveis eventos. E eu aqui, perdendo tempo com linhas, embora seja um tempo perdido, mas ao menos mediocremente registrado.

Acredito que tudo valeu a pena porque ficar melhor é um trabalho de várias mãos (amigas, irmãs e primas).

E eu desisti de pensar muito sobre novas oportunidades. Pelo menos por enquanto.

Mesmo assim, ainda sobrou um restinho de fé e entusiasmo com os quais encher os pulmões. Tudo a fim de satisfazer as inexplicáveis carências da alma e tentar tapar a “parte” que ainda lhe falta. Tampe ainda que não estanque.

Não preciso estancar nada, por enquanto.

"when the cup is half empty, make it half full.."

17 de setembro de 2009

Sobre a solidariedade...

Quando você vive trabalhando, fica mais fácil se anestesiar pr'aquilo que já te preocupou mais do que te preocupa hoje. Antes, se ele ia ligar, atrapalhava meu dia. Se ele não vinha conversar comigo, as reuniões eram desordenadas. E eu me preocupava com isso.

Daí, ele se foi. E eu consegui focalizar o meu dia. E as reuniões ficaram produtivas o suficiente para eu deixar de fingir que sou bom e ser bom mesmo de verdade.

E agora que eu sou bom, eu não paro por ninguém. Além de mim. Isso é bom. Egoísmo é bom. Uma boa dose dele é energético. Me aproveito bem disso, porque eu estou indo chegar em algum lugar.

Essa semana, um funcionário meu me cansou no limite da desistência. Não queria mais conversa. Não queria perder tempo, gastar energia e ponderar alternativas. Tinha que mandar embora.

E eu ia. Mas nessa quarta-feira, ele chegou pra mim e se abriu. "Chefe, tô com alguns problemas. E meus pais não sabem. E não tenho muitos amigos com quem conversar".

Foi quando eu pensei que toda anestesia acaba uma hora.

"so numb, I can't feel you there..."

7 de setembro de 2009

E aí?

Depois de muito tempo vazio e com algumas centenas de teias de aranha, muito sangue tem entrado no meu coração e os batimentos nunca estiveram tão vigorosos.
Mudança de cidade, mudança de hábitos e pessoas novas. Acho que isso me fez bem! Há alguns meses tenho vivido uma vida bem diferente do que costumava ser. Responsabilidades com o novo (primeiro) trabalho, nada de virtual e tudo de muito real.
Cheguei na cidade onde ia trabalhar e logo de cara fui apresentado ao Fisioterapeuta. Um cara bonito, simpático e uma conversa agradável... Nos encontramos algumas vezes depois desse primeiro encontro em situações diferentes e algumas coisas em comum começaram a aparecer. Trocamos telefone e volta e meia um liga pro outro.
Um aperto de mão diferente, um sorriso de cantinho de boca quando me vê chegar, um abraço muito apertado pra tirar uma foto, aliás, sempre pede uma foto sozinho comigo...
Será?

- Gimme fire!!! -

31 de agosto de 2009

Atenção

Eu gosto de atenção.

Gosto de ser investigado. Gosto de gerar intrigas na forma em que sou enxergado. É um aspecto comum? Não sei. É um aspecto saúdavel? Nem sempre.

Despertar interesse é dificil. Mas demonstrar interesse é cada vez mais uma comodity alto valorizada nomercado dos sentimentos. Principalmente porque poucos detém a facilidade de lançar mão dela.

E eu sinto falta disso. De atenção. De interesse. De incômodo e de ânsia para decifrar o que não sabe de mim.

E ninguem nunca me deu tanta atenção quanto uma úncia vez.

O único problema dessa necessidade é como nos sujeitamos a aceitar poucas doses de atenção em troca de muita consideração. Cansei disso porque é uma saída simples e covarde demais pra quem merece mais. Ou não merece nada. Enfim.

O que eu quero dizer é que ultimamente eu andei procurando atenção em várias modalidades, mas nenhuma solução foi satisfatória pra acalmar meu coração.

you only see what your eyes want to see...

23 de agosto de 2009

Addiction/Love

Eu sou do tipo que se vira tarde mais para ver as estrelas cadentes. Sempre caio no sono e nunca vejo o pôr do sol. Por isso, valorizar o mínimo sempre me pareceu a coisa certa.

Porque caras mal resolvidos e com uma pitada de curiosidade são tão atraentes que esgotam as chances dos gays dispostos a investir em algo sério e duradouro?

Por quantidade primeiro.

Existem mais do primeiro caso do que o último.

Mas essa desculpa soa menos convincente quando seu número de caras errados já ultrapassa níveis aceitáveis de loucura. E é hora de largar o vício.

Mas como você deve agir quando você sabe que não faz bem pra você mas, mesmo assim, você não consegue largar?

Só dê o primeiro passo. ;-)

"love's hangover is drifting away..."

16 de agosto de 2009

5 Motivos para (não) sair com seu ex

1. Disponibilidade: Você se propôs (e dispôs) a sair com quem você já sabe que não vale a pena.

2. Culpa: Ela é sempre sua. Por que quando você não quiser mais, ele não vai estar perto pra dividir com você.

3. Fragilidade: Todos os fatores externos colaboram ou você faz com que eles colaborem pra que você precise dele ou da sua companhia.

4. Trocar Seis por Meia Dúzia: beber pra esquecer os problemas é uma situação que se aplica aqui. Só que sua dose de alcool vem numa embalagem bem definida de calça jeans, braços firmes e boas intenções.

5. Esquecimento: Se sentir bem porque você já superou um, dois ou mais, só faz sentido quando um deles está por perto. Ou pelo menos, você está ficando expert em achar isso.

with so much to win...
there's too much to lose.

2 de agosto de 2009

O 30 de julho

Já estava anoitecendo, naquele 30 de julho. Cores escuras tomavam o céu enquanto sentávamos tão perto. Olhos brilhantes, entre um canteiro florido e uma rua cheia de carros apressados. Eu sentia você suspirando numa doce intensidade.

E você colocou sua mão na minha. Eu estava tremendo por dentro, mas queria ficar sentado com você e deixar todo o mundo para trás. Nuvens impediam a lua crescente brilhar, mas eu abracei você entre as luzes dos faróis. O céu abriu em chuva, demos um beijo de boa noite e fomos pelos nossos caminhos separados.

Eu nunca tinha sentido o que senti. E nunca mais vou ser o mesmo, depois daquele 30 de julho.

You wont believe what love can do,
till it happens to you.

26 de julho de 2009

A Carona [Parte I]

O amor de uma via só não passa de uma fantasia. Da mais bem elaborada e proveitosa possível. Principalmente quando a segunda via apresenta obstrução por mal uso.

Perdi a conta das vezes que "insistir com meu ex" foi uma hipótese que eu considereava pertinente. Sobre o meu mais recente ex quase-namorado, tenho lembranças suficientes do quanto "investir numa incerteza" foi a escolha "mais sábia".

Tudo porque; do meu ponto de vista; o meu caminho, a minha via sempre foi bem clara e com destino certo. Mas de que adianta chegar lá sozinho?

Acho que tô precisando de uma carona...

"Wish I was somebody's somebody..."

16 de julho de 2009

Tranqüilidade...

Esses são os pensamentos que me mantêm acordado em algumas noites:

Tudo o que eu achei que compreendia, eu estou (des)aprendendo de novo?

Porque têm dias que eu quero você perto, mas paguei para te ver bem longe.

E eu consegui.

Enquanto me desencanto de uma história bem mal escrita e editada porcamente com minhas habilidades literárias, descobri que ser próximo do ex pode não fazer tão mal quanto parece. Ser próximo e amigo.

Será que eu preciso de atenção e não sei escolher de quem?

Tomara que não porque tudo que essas noites sem dormir almeijam é uma tranqüilidade que eu só consegui quando fiquei bem longe dele.

Sem a companhia de ninguém.

"But I don't want nothing it all..."

12 de julho de 2009

Comendo Fora

Os detalhes por vezes representam grandes porções das receitas mais apreciadas e difundidas em todas as culturas.

Tome o homem por exemplo. É inegável o papel de braços fortes (ou firmes, para não deixar ninguém de fora) no prato principal. Além de ser indispensável as contribuições de costas largas e com presença para encorpar o caldo.

Mas o segredo de todo cozinheiro está nas calças jeans. E não é do conteúdo (ou também talvez seja) que estou falando. O diferencial é a disposição da calça, o formato que ela propicia, as sugestões que ela insinua e a vontade de comer mais que ela desperta.

what's on your plate today?

6 de julho de 2009

Sexpectations

Geralmente um domingo a noite não produz muita expectativa. Para mim, é como se fosse vista grossa do despertador do dia seguinte. Mesmo assim eu estava no carro, em direção a qualquer lugar aberto numa cidade fria e sonolenta.

O barulho vinha do lado de dentro ou fora? Pelos olhares preocupados, tive a resposta. E o susto. O carro estava em uma subida, numa rua escura e com o pneu tão vazio que a roda parecia empenada. O único borracheiro 24 horas estava longe o suficiente para estragar o resto do carro. Por perto, um posto de gasolina quase fechado.

Ele se aproximou, tirou a blusa de frio e foi em busca das ferramentas. Tinha habilidade e charme em cada movimento. Os parafusos iam saindo um a um, o vento batia forte, o cabelo dele atrapalhava, a força do braço ressaltava os músculos, a posição deixava aparecer a cueca e as mãos estavam sujas de graxa. Tum. Eu já não sabia me comportar de tanto tesão. Entre cada gesto, havia troca de olhares. A minha intenção em ajudar era só pra ficar mais perto. Quem sabe ele reparava o volume.

E reparou, minutos mais tarde na cama dele. As mãos caminhavam pelo corpo na velocidade da respiração ofegante. O tempo frio só aumentava o nosso suor. Naquela hora, eu o conhecia bem. E falava no ouvido, entre cada beijo, eu te amo.

Suor e CK One.

1 de julho de 2009

Queer thinkin', straight talkin'...

Perder a inibição com boas doses de vodca não é surpreendente. Já enxergar coisas onde anteriormente não havia nada já começa a ser preocupante.

Encontrei, uma vez, num cara, sem um único vestígio de álcool e com um histórico prioritariamente heterossexual, uma disposição pra sacanagem que me intrigou. Será que eu tinha (mais uma vez) bebido demais ou ele tava realmente levantando à camisa pra se exibir pra mim?

Ok, a disposição dele só me deixou com (muito) tesão.

Numa conversa paralela a exibição (dele) e a falta de vergonha na cara (minha), falamos de trabalho, sobre o bebê dele, a minhas habilidades de dançarino e vontade dele me levar pro motel com urgência.

Não sei ainda porque, mas perdi a graça instantaneamente.

"superficial expectations..."

24 de junho de 2009

Através do Espelho

Um vez, nos disseram que cada um do blog tinha um estilo peculiar facilmente identificável. Um era bem sensível e em dúvida crescente se o amor existia (Luan), porque outro era engraçado e com bons motivos para afirmar que o amor existe (Lucas) e o outro era bem pé no chão e convicto que o amor não existe mesmo (Leonardo).

Outros nem sabem distinguir a gente pelo que lê aqui. Mas o que a gente acha da gente mesmo? Como cada um lê o blog e se surpreende com novidades ainda não contadas, sentimentos bem guardados para não emergir sem controle ou pontos de vista bem criativos, nós também experimentamos a mesma coisa nesse ou naquele post.

Por isso, para oficialmente comemorar o 1º aniversário do blog, fizemos nossa própria review do que a gente já leu aqui.Sobre o Leonardo: A inocência que não é identificada a primeira leitura nos textos do Leo me deixam mais intrigado com a forma que ele lida com toda nossa complexidade. Meu post favorito dele é "Cadê meu netinho?" - 06 de agosto de 2008.

Por que: Sentir o peso dos pais nunca me pareceu tão latente quanto a necessidade de um bate papo sobre filhos que indiretamente te força a ser quem você não quer, mas tem que ser.

Sobre o Lucas: O estilo despojado e engraçado dele me surpreende a cada post. Mesmo assim, os momentos em que a casca dá espaço para o que tá acontecendo bem dentro dele dão os relatos mais preciosos do blog. Meu favorito é "O mar e todas as coisas" - 10 de dezembro de 2008.

Por que: Pela sinceridade (e intensidade) numa força crescente e confiança que ele tem que tudo dá certo, independente dos caminhos do percuso. Ouso dizer que ele é mais sensível que eu em dias assim.Sobre o Leonardo: Ele tem um defeito de falar que não tem dom pra escrever. Deve ser por isso que some do blog (e ultimamente, das nossas vidas hahaha). O Leo tem essa inocência e mania de se tornar indispensável. E não percebe quanto ouro tem dentro daquele coração acelerado, que deu sustentação e brilho para "What Hurts The Most?" – 29 de abril de 2009.

Por que: Ele é um menino ingênuo e consciente de suas responsabilidades. De tão amável, parece alvo fácil. Mas essa raposa tem percepção e adaptabilidade impressionantes.

Sobre o Luan: Durante os vários anos de irmandade, já li inúmeros textos do Luan. Com talento raro, agilidade e técnica que pouco se vê, ele já me deixou emocionado muitas vezes. Poderia facilmente indicar o inteligentíssimo Montanha-Russa, mas eu vou de "Eu corri e corri..." - 14 de setembro de 2008.

Por que: O lado de fora demonstra maturidade, força e persistência constante. Por dentro, mora ainda aquele menino inseguro com um mundão todo pra enfrentar. Eu já vi situações de ambos. Mas eu não esqueço aquelas que me fizeram arrepiar.

Um dia o Leo aparece... E a gente atualiza!

22 de junho de 2009

Espelho

Em 1 ano, formamos em três cursos diferentes. Em 1 ano, o Lucas fez mais um ano de namoro. Em 1 ano, o Luan se apaixonou e quebrou a cara de novo. Em 1 ano, o Leonardo criou asas e foi morar longe da gente. É o suficiente? Não! Em pouco mais de um ano, constatamos uma certeza que aparecia, até então, uma suposição: não estamos sozinhos. Vocês estão aqui também.

Seja em comentários de apoio ou saudáveis ignoradas em temas chatos e redundantes. Seja no orkut de cada um de nós, com dicas ou mensagens de 'continua assim que tá ótimo'. Trocar msn e ser seguido no twitter foi a fronteira que a gente cruzou e confirmou tudo isso dito aí em cima. Num mundo onde que a gente se encontra nos pequenos detalhes, nosso blog conseguiu potencializar as sensações que a gente julgava só ter sozinhos em nossos quartos. E reduzi-las somente a nós três, em algumas situações.

Sem dúvida, as coisas mais interessantes estão nas entrelinhas.

Continuamos sendo três. Temos agora 20 e mais alguns anos. Coisas pra contar. Histórias pra dividir. Casos pra rir. (Sempre) Muita cerveja pra tomar. Nos próximos posts vocês vão encontrar um pedaço de cada um de nós. E de vocês também.

Obrigado por nos reconhecerem. E por se reconhecerem aqui. Reconhecimento. No sentido mais amplo, sem tirar nada, possível.

Muito bem acompanhados.

18 de junho de 2009

The Spy Who Found Me

Sempre enxerguei o armário como um centro de espionagem. Do nível zero-zero-setiano de confiança. Nenhum agente conhece o outro. As missões são solitárias e bem dissimuladas.

Espiar pelo armário é bom demais por que te permite presenciar comentários sobre gays sem filtros ("Aquele fulaninho do financeiro é uma bichona sem vergonha." ou "Morreria se meu filho fosse gay."). Espiar o mundo aqui fora é um hábito altamente difundido na coorporação.

Quem consegue explorar sua vida no armário desenvolve a habilidade peculiar do dispositivo radar, que todo gay conhece e a maioria utiliza para fins de divertimento (Saber quem é ou não é na sala de aula ou telepaticamente despertar interesse num espião ou não-espião qualquer). O dispostivo, quando bem usado, serve de sobrevivência e pertinência para os momentos mais sem-graça ou mais gostosos da vida do espião.

Nas últimas reflexões, já me convenci que essa bobeira de nenhum agente conhecer o outro só faz parte do jogo de esconde-esconde. Um bom radar funciona melhor nos companheiros de coorporação.

"Here inside of me, I'm who I wanna be..."
Com a revisão do Lucas.

9 de junho de 2009

Leis de Atração

Eu sou o ponto de equilíbrio dele. Pelo menos, eu pareço ser. Pelo menos, ele me mantém por perto como se fosse. Às vezes tenho a nítida impressão que ele sabe o tanto que me machuca, mas prefere optar pelo silêncio.

Por momentos como esses acima, já o odiei, mas não reclamei. Porque? Por medo de ele ir embora. Por certezas com base em suposições mais convincentes que a minha experiência.

Foi (ou tem sido) necessário boas doses de vergonha na cara e um número especial de espelhos (físicos e morais) para eu deixar de amar e odiar. Pelo menos, naquela intensidade. Pra entender que eu era tão bom quanto ele.

Tudo suficientemente necessário para o ver ele virar um satélite que me orbita. Daqueles naturais que se esforçam muito pra ter a mesma relevância do sol.

"running circles round the moon..."

5 de junho de 2009

Apelo e apego pelo pelo (ou trava-língua cabeludo)

Com a nova regra, algumas palavras homógrafas perderam o acento. Nessa aí que o falecido pêlo perdeu também todo seu moral.

Assunto divergente nas conversas, o pelo é geralmente vetado. A maioria gosta de caras lisinhos, com pelos escassos ou milimetricamente plantados. Passo longe. Gosto mesmo de peito peludo, pernas idem e barriga com caminho da felicidade.

Ser melhor amigo dos pelos exige disciplina. Ter por perto uma máquina de cortar cabelo ajuda na manutenção rápida. Vale também a regra da clavícula: é legal seus pelos do peito começarem dela para baixo.

Não existe nada mais safado e sexy que uma barbinha por fazer. Sou adepto e amante.


Nada mais nojento que sovaco depilado. Ah, tem sim: saco e territórios vizinhos. Concordam?


Vale lembrar que sempre tem um limite.
Peludo sim, mas com pedigree.

1 de junho de 2009

Combinações

Um sorriso me deixa desarmado. Um olhar consegue me convencer de qualquer coisa. Um aperto de mão bem dado garante que eu não vou cair.

Se o cara é confiante, ele é naturalmente sensual. Quando ele é arrogante, ele é excitante. Quando é fofo, desperta uma paixão até então inexistente. A brutalidade tímida indicia nada mais do que um cuidado que ele não sabe expressar.

Mas nada deixa o cara mais convidativo do que aquela bermuda bem descolada (ou bem básica) ou o jeans tão adequado ao corpo dele que parece ser uma extensão da pele.

Sobre o moleton surrado que ele veste (sem cueca), eu deixo pra depois.

"don't pretend you're not hungry...there's plenty to eat..."

28 de maio de 2009

I See You

Ele entrou na sala e o nick era parecido com o meu. Ambos intitulados bi, mas com o decorrer da conversa, estava claro que queríamos distância de mulheres. A identificação foi imediata. Tínhamos mais em comum do que os relacionamentos anteriores. Só a gente que não sabia.

Você já passou a madrugada inteira conversando com alguém? A gente passou várias. O papo era informal e cuidadoso. Com o passar dos dias, carinhoso.

Num domingo frio, eu liguei. Já se passavam semanas, promessas, fotos, webcam e apego. Quando ele atendeu, automaticamente foi aprovado no último teste: homem de voz grave e suave. Respirei fundo e marquei um encontro.

De longe, eu o vi. Fui me aproximando com a perna tão bamba que dei uma tropeçadinha. Puro charme. Quando nos cumprimentamos, eu bati a mão no peito dele com segundas intenções.

Andamos por um tempo, conversando, até chover. Sugeri ir para o carro. Lá, pedi para abrir o porta-luvas e surpresa: o chocolate favorito dele estrategicamente colocado por mim. Nosso primeiro abraço me fez sentir seguro.

Com a chuva lá fora, ele deitou no meu colo e ficou de olhos fechados. Minhas mãos estavam nos seus cabelos. Muita coisa passou por mim nessa hora, mas a única que prevaleceu foi o beijo que eu dei como se quisesse dizer finalmente te encontrei.

E no meio de tanta gente...

21 de maio de 2009

I Seek You

Tive internet com 14 anos. Na época era escassa e extremamente vigiada (logo, tentadora). Foi nessa ocasião que entrei pela primeira vez num site gay. Toda minha curiosidade e tesão adolescente eram vertidos para um monitor de baixa resolução.

Eu não me permitia nenhum contato com o meio real. Tanta confusão e hormônios fizeram da internet o meu menu de ajuda. Se eu tinha alguma dúvida, eu buscava respostas virtuais.

Ao longo dos anos eu vi ICQ virar MSN, Cadê virar Google e bate papo do UOL virar caça de putaria. Sempre uma coisa por outra. No mesmo fluxo, fui trocado por um médico casado e troquei um bipolar por amor-próprio. Tava na hora de conseguir alguém de verdade. E me vi novamente recorrendo à internet.

Felizmente, eu queria demais. A resposta para meu alívio parecia diferente de um encontro sexual dentro de um carro desconhecido cinco minutos depois. A frustração era proporcional ao número de contatos bloqueados.

Mas aí, ele entrou na sala...
Bem-me-quer [enter]
Mal-me-quer [enter]

14 de maio de 2009

Time goes by...

Você conhece um cara muito gente fina numa festa. Onde? Não importa. Em quais circunstâncias? Tampouco faz diferença. Mas você o conheceu, o papo foi jóia e ele é realmente gente fina. E bonito.

Mas e se você não sabe (como eu) se ele curte ou não, você dá uma lida aqui. E se você já sabe não tem muita importância porque depois é tudo muito parecido.

Será que ele vai me adicionar no orkut? Eu devo esperar quantos dias para aceitar? Ou será que não faz diferença mais esse tipo de euforia pós first sight? E o depoimento? Eu deleto ou deixo por lá, pra ele saber que significa algo pra mim?

É (muito) dificil mas o gostinho de dar espaço pra ele respirar e ver que pra ele tanto espaço já não é mais necessário faz toda diferença.

Sentir esse espaço diminuir entre ele e eu, então, valeu cada ansiedade virtualmente real que eu senti num final de semana só.

[for those who wait...]

Obrigado ao Hugo Campello, nosso amigo virtual, pela sugestão a partir de um episódio bem comum pra rapazes como a gente. :)

8 de maio de 2009

Sem filtro

Eu me apaixonei por um cara que eu tive por 2 dias. Quando ele sumiu, eu não sabia quem culpar. Ele, covarde, ou eu, burro. A verdade é que ele foi a primeira pessoa que me mostrou o quanto sou inseguro.

Bastante tempo depois, me deixei envolver com outro cara completamente diferente de mim. Se psicologicamente nada ali funcionava, fisicamente então o negócio era um desastre total. Como você teve coragem? Meu namorado me perguntou outro dia. E aí tudo isso foi contado.

Quando eu estava do lado dele, não sentia muita coisa que fizesse uma relação valer a pena. Mas o tanto que ele me desejava, admirava e fazia questão de falar o tempo inteiro me curou de um amor que estava distante, não era covarde e pertencia a mim mesmo. Meu amor-próprio.

Às vezes, quando contamos uma história, utilizamos um filtro capaz de amenizá-la de possíveis traumas não-curados. Afinal, ouvir é absorver. Ao mesmo tempo, falar é descarregar. Agora eu sei que falar sem filtro é entender.

Água e sabão.

5 de maio de 2009

Os Motivos

Você é um cara no auge da sua juventude sexual. Aparenta ter 27, mas tem 32. Tem um carro do ano bacana e ninguém sabe que você é gay. Daí você descobre seu nicho para desprender suas ansiedades: procurar na madrugada. Randomicamente. Abordar homens em pontos de ônibus é mais fácil que cair na noite.

Numa noite dessas, você passa por um grande via às 2:15 da manhã e se depara comigo. E me faz o convite. Eu recuso. Você insiste. Eu declino com mais firmeza. Você vou embora e eu fico pensando boa motivos:

Pra ele me abordar:
1. Eu tô muito gostoso! Devo usar mais à combinação sport-fino jeans e camisa lilás.
2. Ele é tão carente que meu sorriso só ao ser abordado, deixou ele sem outra saída.
3. Sou tão patético que só rapazes de certa quase-idade se interessam.
4. Ao virar à esquina, ele pensou: "O primeiro pinto que me aparecer, eu pego."

Para eu declinar:
Artigo Único. Não sou para qualquer um. Não to com o peru no lixo e mereço mais que uma foda na virada da próxima avenida.

Parei de pegar ônibus nas madrugadas.

"or some part of yourself that you just can't love?"

29 de abril de 2009

What Hurts The Most?

Por muitas e muitas vezes passamos por situações estressantes na vida fazendo com que alguns relacionamentos acabem se estremecendo e assim surgem alguns desentendimentos. Mas nessas situações, qual atitude devemos tomar?
Quando a gente briga a gente desabafa. Colocamos pra fora um monte de coisa ruim que fica atormentando os pensamentos. Quando a gente discute muitas palavras são ditas, outras tantas são ouvidas e as chances de mágoas são tremendas! As palavras não podem ser apagadas depois de proferidas. Entretanto, isso tudo depende da forma que a coisa acontece e da intensidade dos sentimentos e dessas palavras. Quando mal ditas podem ter efeitos catastróficos, quando bem ditas são mais eficazes do que um potente opióide contra a dor.
Mas e se você ignora? Ignorar pode ser o melhor remédio em determinadas situações. Contudo, uma confusão surge no instante em que pensamos que ignorar algo ou alguém é afirmar a falta de importancia desse algo ou desse alguém em nossas vidas. Isso significa o fim de qualquer discussão ou relacionamento.
Se por um lado as palavras ditas não podem ser apagadas, ignorar uma pessoa é o mesmo que apagá-la de sua vida.
- What Am I Supposed To Do? -

22 de abril de 2009

Like You Don't Love Me...

Há alguns anos atrás, conheci em Salvador dois conceitos: profissional de verdade e foda sem compromisso. Ainda não sei de qual dos dois eu gostei mais. Tenho apenas uma breve idéia sobre qual deles eu domino com propriedade.

Em quinze dias, me desliguei da vida daqui pra ficar preso no quarto do hotel com aquele que fez amor comigo como se não me amasse. Pra me envolver em cheiros e sensações que eu só correlacionava com carinho e uma subsequente dependência emocional.

Na Bahia, minha dependência era de carne e suor. Do aperto do peito dele nas minhas costas até à falta de cuidado pra me beijar. Passei 7 dias sem ligar pra casa e a vida suspensa que eu deixei aqui só apareceu pra mim na última trepada porque eu tinha que voltar.

Aí voltei mais profissional e mais puto. Mas continuo ciente que fazer amor sem amar só é válvula de escape.

"I can't wash you off my skin..."

17 de abril de 2009

A caçadora de pipas

O nome dela é Stephany Felina. Absoluta. Tem um blog também, como a maioria de nós. E anda dando o que falar.

Começou com o irmão de modelo famosa. Depois surgiu o ex de uma conhecida rainha de bateria. E o atual. De repente, modelos, figurantes de novelas, ex-BBB's, atores globais e até atletas.

Homem é tudo puto. Ela bate bapo com o cara, que bate uma. Corajosa, ela filma e posta no blog. Até então, sem vantagem econômica. Mas agora já tem oferta de vídeos exclusivos. Direito de imagem, danos morais, alguém?

Ficou curioso, né? Enquanto o circo ainda pega fogo, vai . Maiores de 18, por favor.

---

Repararam o visual do 3 sem tirar? Fizemos algumas mudanças sutis. Agora, o background pode ser visualizado até resolução de 1680x1050 pixels e também incorporamos uma barra de pesquisa ali do lado, para vocês buscarem o conteúdo mais facilmente. :)

14 de abril de 2009

O Principal Problema

A principal dificuldade é se encontrar na multidão. Eu pelo menos pensava assim. Depois é encontrar nessa multidão aquele que te entenda, além de você. Ou alguém que pareça entender, pelo menos.

E as principais dificuldades não acabam. Depois que você se acha por aí, se você tiver à minúscula semelhança à mim, você encontra quem te entende. Aumente as semelhanças e quem você encontrou só parecia te entender.

Aí ninguém parece entender e sua presença já não é suficiente pra garantir que você espere outro aparecer pra te entender e passear na multidão contigo.

O cara certo parece improvável. O trabalho bacana nunca foi grandes coisas. As músicas servem de escape. E os seus textos ficam incrivelmente bregas e dispensáveis.

Engraçado né? Fui dar uma volta comigo e me contei essa história.

"you pulled me out of the past and landed me in today..."

6 de abril de 2009

Let's Play a Game...

Eles dizem que se não for perigoso, não é divertido. Sinto mais atração pelo improvável e mais tesão pelo impossível.

Eu era bem amigo do Alexandre. Primeiro colega de trabalho. Daqueles pra se beber uma gelada e prestar aquela homenagem quando você chega em casa.

Também fiquei bem amigo da Érica. Daquelas que você curte o intervalo do trampo e dá um (talvez mais) selinho na festa da empresa. E numa dessas festas, bebâdos, recebi um selinho do Alexandre também. Sem maldade, é claro. Mas com a improbabilidade que eu gosto.

Os dois acabaram namorando. Mas eu não parei de chupar o Alexandre a noite toda em que ele dormiu aqui em casa. E com meus pais no quarto do lado. O namoro deles acabou e nossa amizade tripla esfriou. Ele se casou, ela sumiu (whatever!) e eu continuo aqui: looking for some fun?

"If it's not rough, it isn't fun..."

2 de abril de 2009

Coincidências Randômicas [updated]

Meus primos já foram meus melhores amigos. As viagens de férias da minha família eram sempre para o mesmo lugar, com as mesmas pessoas. Em um ano, quando eu ainda achava que gostava de mulheres, aconteceu uma paixão de verão dupla: eu e um primo queríamos a mesma menina.

Já dividíamos o quarto do apartamento, as histórias engraçadas, as contas dos bares e agora, também, a maldita. A menina era lindona e trabalhava como sexy waitress em uma boate na beira da praia. Lá estávamos.

Quando fui buscar algo pra beber, a menina me atendeu e começamos a conversar. Alguns minutos depois, chega um boy loirinho, segura a cintura dela e fica me encarando. Eu ri, despedi (dela) e saí com minha cerveja.

Anos depois, mesmo lugar, mesmas pessoas. Eu, curando uma dor de cabeça. Estava numa época de descanso mais emocional que físico. Aconteceu de conhecer um cara e ficar com ele. Um dia, conversando, me contou da ex-namorada. Comecei a rir! Sim, ele era o boy loirinho mal encarado! Expliquei pra ele a história e ficamos surpresos com o acaso. Depois rimos muito.

Hoje, ele é um amigo distante. Meu primo, nem perto disso. A boate ainda existe e sou amigo do dono. E a menina...
Conto amanhã.


Update: Em menos de 2 anos, a menina engordou (muito), perdeu o emprego (e o ar sexy), o namorado (rá!) e virou uma drogada e prostituída. E as últimas notícias diziam que estava namorando. Uma mulher.

So don’t wait for me to buy drinks
Or you gon’ dehydrate
It’s time to migrate
.

30 de março de 2009

17 Again

Eu ando procurando por respostas. Daquelas que justifiquem como eu me sinto e simplifiquem como eu ajo. Mas não sei se preciso realmente delas para seguir em frente. Do contrário, estaria preso em algum lugar da minha adolescência.

Em duas horas nesse final de semana, uma conversa de MSN me trouxe de volta ao meu eixo de realidade que eu jurava controlar com meus 15 anos. Ele riu, ele brincou, ele conversou, ele perguntou se eu acreditava em Deus. E graças a utilitária fragilidade que eu auto provoquei nos últimos meses, ele fez meu coração disparar.

Aí eu comecei a refletir sobre porque precisar tanto de respostas quando você mesmo faz as perguntas. Quando eu tinha 17 anos, eu tinha isso tudo que eu senti nesse sábado ao conversar novamente com ele. Eu tinha, talvez, também o mesmo que eu tive nos últimos meses.

Só com uma diferença. Ele era meu.

"travel the world and the seven seas...
...everybody is looking for something"

26 de março de 2009

O Sabor do Desapego

Heart, I know I've been hard on you.
I'm sorry for the things I put you through.
There's just one way to learn:
Sometimes we'll get hurt,
And right now it's our turn...
("Heart")

Por meses, eu me perguntei porque ele não me deixava ir. Porque ele ainda insistia em me prender em jogos simples e fáceis de ignorar quando você é visivelmente mais evoluido mentalmente que eu. Mas ele só me prendia mais a medida que o tempo passava.

Nunca pareceu suficiente pra ele a certeza de que eu seria seu amigo indepentente do que ele fizesse. Ele precisava ter em mim a válvula de escape para aquela ligada a noite quando ele estivesse sozinho, para demonstrar uma solidão latente que ele não solucionava com nenhum das garotas que ele conseguia. E que eu saberia como lidar.

E eu? Eu sempre quis ser deixado por ele. Deixado em paz. Deixado sozinho. Deixado de lado. Sem uma reconciliação rápida depois de uma demonstração rápida de falta de consideração no intervalo do trabalho.

Agora depois de perceber que eu deveria me deixar ir por conta própria, não perco mais tempo me perguntando por que ele não me deixava ir. Daí só preciso me concentrar por onde eu vou andar. :)

so keep on hanging in and we'll find love again...

20 de março de 2009

O que vocês estão fazendo agora?

Nós estamos online. Somos curiosos e não perderemos a oportunidade de nos aproximar virtualmente de vocês. E também estamos atentos a tudo que acontece por aqui. Ok, o Leo nem tanto. Mas pode ser que você tenha sorte!

Ainda não sentimos o tcham do Twitter. Vai ver faltam seguidores. De qualquer forma, conheça o nosso aqui.

Nem dava pra acreditar que a gente não tinha um MSN para o blog. Mas agora é só adicionar lá: semtirar@hotmail.com

E quem tem Orkut, adicione a gente! Abaixo, o link do profile de cada um.

Precisa dos e-mails?

17 de março de 2009

Próxima Parada

Será o casamento a próxima parada pra quem já tem mais de 24 anos, já formou e já tem um bom (?) emprego? Duas amigas não-casáveis estão de noivado programado pra antes do fim desse ano. Será que esse bichinho morde os gays também?

Eu duvido. Mas aí tem o Lucas e o Mr Fish que jogam por terra qualquer convicção que eu tenho sobre a falta de empenho genuíno num relacionamento. Agradeço a eles por isso. Mas de qualquer forma, não é uma regra geral ter e nem é uma palavra que combine com o lifestyle dos gays que eu conheço: compromisso.

Dividir todos os dias. Perder alguns desses dias. Encontrar defeitos escondidos. Ter seu 'eu-clandestino' [aquele que aparece só no seu quarto sozinho] surpreendido vez ou outra. Saber que tem alguém pra cuidar de você. Viver seu own personal Big Brother. Medir as palavras. Não controlar impulsos. Não se sentir sozinho no final das contas.

Será tão díficil? Eu continuo duvidando mas aberto a negociações.

"here comes the bride? all dressed in white..."

10 de março de 2009

Pintura Íntima

Fazer amor de madrugada. Começou o refrão e você sabe cantar. Todo mundo sabe. Na hora do sax, sempre tem um bêbado com aquele papo de cama, escada, patroa e empregada.

Chefa e secretária do lar passo fácil pra quem gosta. Mas cama, escada, rua, chuva e fazenda muito me interessam.

Um dia, fui ao aniversário de uma melhor amiga. O carro já estava estacionado há algum tempo e eu não conseguia parar de beijar meu namorado. As pessoas passavam pela rua e as luzes da festa piscavam de não muito longe. Tinha aquele risco de ser pego, mas o perfume no ar era mais forte. O cabelo arrumadinho dele já estava preso entre meus dedos. Entendo quem reclama do espaço interno de alguns carros, mas eu sou criativo. Era a realização de uma fantasia.

Sempre fui cheio delas. Em algumas ocasiões, a fantasia é um cheiro, lugar ou uma roupa que eu gosto. Em outras, é beijar intensamente por horas e perceber que nem senti falta do sexo. E quando encontro aquela tia que há meses não via, ouço “sua pele está bonita”.

“Ah, tia... É culpa do Kid Abelha!”

3 de março de 2009

Chá Matte e Biscoito Globo

Aprendi anos atrás que a gente só conhece uma pessoa de verdade quando viaja com ela. Conhecer alguém de verdade é dormir, acordar e passar dias debaixo do mesmo teto, compartilhando bom e mau humor, falta do que fazer, cabelo no sabonete, toalha molhada e pé de areia na cama e tudo aquilo que você pensou aí.

Chegou finalmente o dia de conhecer uma cidade e alguém de verdade. Ela, a maravilhosa. Ele, meu namorado de dois anos e meio.

Lado a lado no ônibus, no taxi e na chegada ao local onde ficaríamos hospedados. Mais tarde, também juntos no metrô, na praia, no restaurante e na cama.

Dias de sol na nossa praia eram de papo leve, com carinhos tímidos e risada larga. Noites de chuva eram passeios gostosos e altamente apaixonantes. Chegar ao nosso quarto era dar um beijo demorado e dizer que o dia foi inacreditável. A madrugada rendia as nossas melhores conversas (sic). Sabe aquelas perguntas que você sempre quis fazer pra uma pessoa? Então, eu não lembro nenhuma que ficou para trás.

Cinco, dez, quinze dias. Sem TV, internet e no final, sem dinheiro também. Mas com uma certeza. O Rio é isso tudo mesmo. E você, muito mais tudo que eu podia imaginar.

Best friend with benefits.

26 de fevereiro de 2009

Montanha-Russa

Do que serviria a montanha-russa senão houvesse a metáfora? Seria só um brinquedo no parque de diversão. Um brinquedo que todo mundo tem vontade de ir. Mas nem todos podem. Eu digo que invejo quem não pode.

O fato de não conhecer as subidas e as descidas [bruscas] que te viciam e te fazem gastar tudo que você tem em voltar intermináveis é sem dúvida tentador.

Mas é triste não conhecer as curvas virtuosas que uma montanha russa pode oferecer. As vezes, a volta não demora, mas o looping vale a pena. Vale a pena pela sensação de falta de chão pra pisar. Vale a pena pelo alívio de estar por cima novamente. Mesmo que por pouco tempo.

O problema da montanha-russa está mais atrelado a quem anda nela do que na corrida que ela faz. Sempre tem um que já entra sabendo que vai passar mal antes da primeira curva, mas nunca deixa de ir. E tem aqueles que não sentem absolutamente nada durante a volta. Nem na maior das montanhas russas, com as maiores subidas e maiores quedas livres. Quem não gostaria de ser esse cara às vezes.

Ainda bem que existe a metáfora. Senão o que seria da montanha-russa?

up to the skies...down to the ground.

18 de fevereiro de 2009

Considerações

1. Nunca entregue de bandeja o que você não controla.

2. Sempre se esforçe a ouvir seus amigos.

3. Com frequência, recapitule o que você já perdeu com as pessoas.

4. Seja convicente consigo quando assume que não vai mais insistir.

5. Durma e deixe de considerar formas criativas de vingança.

6. Perca toda a atração prévia por aqueles que demonstram desprezo prévio por qualquer um.

7. Não se apoie em reencontros fáceis com o passado.

8. Não duvide que você vai aguentar.

"Always the hours..."

16 de fevereiro de 2009

With the one I don't know

O primeiro corte é o mais profundo. Já ouvi dizer isso em algum lugar. E já fui cortado pela primeira vez. Mas a memória de todo mundo que se apaixona é seletiva demais, certo?
Voltei de Porto Seguro sem seguranças, esperanças e expectativas em relação a ninguém. Fui com ele e voltei sem. Ou será que eu fui alguma vez com ele para algum lugar? Somos o casal sem namorar. Até a baiana que estava com ele já no 1º dia, sabia.
A cidade me ajudou a curar melhor que qualquer cicatrizante. Às vezes era só eu e o mar. Às vezes era só eu e o nosso meu quarto. Às vezes era eu, ele e muitas pessoas. Às vezes era só ele e eu. Com tudo que não devia ser dito pronto pra sair desbravado pela boca um do outro. Mas quem não se contém, não aproveita o melhor da festa. As melhores frases são as que vão ser ditas ainda. Algum dia.
E assim, contidos, a gente curtiu cada um pro seu lado 7 dias de amor por Porto Seguro. Enquanto os dois viam o espaço entre os dois crescer além do permitido para qualquer ferida aberta.
Aí voltamos. E lá fomos o casal sem namorar. E com essa proeza, ele conseguiu me machucar mais que qualquer meio-namorado que eu nunca tive.

how am I gonna get through?

4 de fevereiro de 2009

Rotas de Colisão

- E aí, negão, bora pra praia no começo de fevereiro? - Ele disse.
- Quê? Tá doido? Quero descansar nessas férias! - Eu revidei com sarcasmo.
- Pára, irmão (amo quando ele fala assim). Vamos sim?
- Eu com você? - Alimento o joguinho.
- É ué. Bora pra lá. Uma semana de amor pra nós dois juntinhos na Bahia. - Ele arremata.

Realmente estou precisando de férias. Realmente preciso descansar. De tudo. Inclusive dele. Mas o jogo é tão meu quanto dele. Apesar que dessa vez, ele ganhou o jogo fácil.

Tô zarpando no escuro pra praia com ele nessa sexta.

Nem vou pedir pra desejar sorte.


"maybe it's just a waste of time..."

27 de janeiro de 2009

[Just like a pill]

A rejeição é o maior dos meus afrodisíacos.

Será que todas as relações não foram feitas para durar? Estamos sempre na busca daquilo que não vamos conseguir? Ou estamos sempre querendo mais daquilo que sabemos que não vamos conseguir?

Ainda não sei o que fazer quando percebo que alguém não me faz bem e mesmo assim eu não consigo largar. Ele é hetéro, já me provou por A + B ou qualquer combinação possível para provar sua heterossexualidade [uma vez que é necessário fazer isso ultimamente] e eu ainda me lanço em tentativas honrosas de tentar ficar com ele.

Mas e o jogo? Não consigo evitar e pensar que o jogo é parte de um interesse que desfruto nele. Mas eu já joguei esse jogo antes. E não achei graça.

Em algum lugar muito obscuro, coberto por um cortinha de seda negra bem fina e fácil de remover, eu esperava que ele entendesse que o jogo é importante só quando não se está apaixonado. Mas ele não entende e não percebe. E me afasta com a mesma velocidade que me faz ir atrás dele quando precisa de companhia. Na verdade, ele entende e opta por não perceber.

instead of making me better...

Related Posts with Thumbnails