17 de dezembro de 2008

Touched for the very first time...

Do que você lembra da sua primeira vez?

Na última semana, eu e o Lucas fomos [pela 1ª vez] no 16º Festival MixBrasil de Cinema da Diversidade Sexual, comandado pelo Andre Fischer e frequentado pela nata gay e, em sua maioria, assumida da nossa cidade. Em sua maioria exclui a gente.

Dream Boy é o romance setentista do escritor Jim Grimsley sobre amizade, curiosidade e abuso sexual. E tudo ali soa como muito real. Real demais ao ponto de fazer com que você queira estar sonhando com tudo que se passa. Não posso dizer que eu e o Lucas às vezes pensamos assim também sobre algumas coisas.

Estar nessa sessão de cinema me fez sentir como se fosse fácil ser quem a gente é. Por isso é tão bom dividir com amigos de verdade vontades como essas. Até porque não há necessidade de ninguém ser tratado diferente.

Numa hora em que ninguém sabe como se comportar, ter seu irmão por perto ajuda. Mas não muito. Mas fomos firmes porque sempre quisemos assistir a filmezinhos assim sem precisar dizer que é porque está indicado ao Oscar.

Shouldn't matter who you choose to love...

10 de dezembro de 2008

O mar e todas as coisas


Poderia ser remédio, choro ou bebida, mas eu escolhi o mar. Um final de ano, como agora, que tinha sido muito problemático.

Engraçado como o ano passa devagar em março. Talvez seja uma época boa para viver um grande amor, mas péssima para vê-lo se transformar em nada. Lá pro fim do ano, outra pessoa. Sem o mesmo nome, mas que também se transformou em nada (mais que a dor).

Era hora de descanso, de um novo começo. Fui em direção ao mar. Descalço, para sentir a falta de equilíbrio. Só foi necessário um mergulho, para deixar pra trás todas as coisas que só o mar tem a força de levar.

Não tinha nada, mas tinha eu.

4 de dezembro de 2008

Limites...

Ok. E se eu tiver mesmo apaixonado? Qual é o maior problema nisso tudo? Acredito que as duas perguntas têm respostas distintas e conflitantes. Ele é bi-curious. Mas estabeleceu limites comigo. E eu tô ultrapassando alguns deles sem preocupar com as consequências.

"Welcome to the heartbreak..."

Um lado dele me vê como irmão mais velho. Daqueles que tomam conta e que ele pode contar pra qualquer dificuldade. [É importante dizer aqui que já houveram um bom bocado]. Outro lado dele quer brincar com meus sentimentos e sensações. Me abraça com uma precisão que só aquele homem especial deve abraçar. Me provoca com jogos sacanas, com detalhes sórdidos de como ele está vestido e o que eu faria com ele. [É vergonha dizer aqui que eu recuso qualquer convite explícito a brincadeiras desse tipo].

Hoje, ele me disse que das duas, uma: ou eu sou cuidadoso ou eu sou medroso. Acredito que as duas suposições têm fortes aliados em toda minha história. O bom é que ele sabe que eu não sou convencional [porque eu avisei] e ele aceitou. E o meu limite muda todo dia.

2 de dezembro de 2008

The Beautiful (number) One

Fashionable late. Era pra ser a semana das divas, mas tava tudo muito certinho para representá-las. Depois de alguns dias de vocal rest, aí vai o desfecho atrasado de um conjunto de posts que finalmente ilustram os 3 amigos, os 3 caminhos e as 3 divas.

Um dia minha mãe chegou em casa desesperada. “Lucas, quem é a mulher que canta aquela música assim...” e começou a cantar numa língua The Sims com um ritmo que eu sabia que era familiar, mas não conseguia identificar. “Nossa, eu parei em frente a tv e não consegui sair de perto, ela cantava demais!”. Detalhe, ela estava em um hipermercado e largou o carrinho de compras para ouvir uma “mulher magra, com cabelo poodle”. Passou.

Anos depois, já fã, estou no quarto ouvindo música. Minha mãe chega com os olhos arregalados, quase chorando. Tomei um susto, e perguntei o que tinha acontecido. “É ela!” Era Mariah Carey, cantando Without You. Impressionante o tanto que aquela voz mexia comigo. Uma voz doce, potente, que passava de notas lá no topo pra um grave cabuloso em um verso.

Vou ser bem xiita e não vou fazer um top 5 Mariah Carey. Música para mim está muito relacionada a momentos. Alguns são sempre meus, outros são circunstâncias. Mas sempre fico impressionado com a alma na voz e o soul dessa mulher no início da carreira, com Vision Of Love de cabelo poodle, Vanishing com as brincadeiras vocais, Emotions com os agudos absurdos e Make It Happen, com aquele coral gospel imbatível.

E, como um cara romântico, derreto com qualquer balada do refinado Daydream ou do divisor de águas Butterfly. Se for pra ser mais enérgico, adoro os hits pop e r&b com os samples que só ela tem a manha de desconstruir.

Quem já tentou dar um agudo em casa põe o dedo aqui!

27 de novembro de 2008

This is all about...

A música sempre fez parte da minha vida por eu vir de uma família de tios, tias e primos músicos. E em uma tarde de uma sexta feira qualquer de 1996, fui 'apresentado' por uma tia a uma cantora que, segundo ela, brincava com a voz. Lembro de estar sentado no chão da sala da casa dela quando começaram a tocar as primeiras notas de All By Myslef. Ninguém dava um pio. O CD Falling Into You foi a única coisa que ouvimos naquele dia.
Não muito tempo depois, My Heart Will Go On era a única coisa que se ouvia. Mas tinha uma coisa por trás daquela voz limpa e deliciosa que me deixava ainda mais intrigado. Apesar de fã daquela artista, Céline Dion ainda era uma 'coisa nova' pra mim. Eu queria saber de onde tinha vindo, aonde estava e pra onde estava indo.
Aí sim comecei a ver o que tinha por detrás daquela voz. Uma mulher simples, amável, talentosa, determinada. Pra mim era um exemplo a ser seguido. Alguém que sabe o que quer da vida e que se dedica de corpo e alma pra atingir seus objetivos. E acredito que o que me deixou mais apaixonado foi a maneira de encarar os fatos. Eu sou assim, gosto disso e não importa o que o pensem de mim.
É frustrante conhecer uma pessoa, se apaixonar por ela e algum tempo depois, essa pessoa se mostrar uma estranha. A Céline Dion que conheci há 12 anos atrás não mudou absolutamente nada. A mesma cantora extraordinária, a mesma esposa dedicada, a mesma mulher decidida, o mesmo ser humano magnífico.
TOP 5
Seduces Me .1. J'Attendais
All By Myself .2. Je Crois Toi
Nothing Broken But My Heart .3. Pour Que Tu M'Aimes Encore
My Heart Will Go On .4. D'Amour ou Damitié
Alone .5. Billy


- And that's the way it is -

24 de novembro de 2008

She's got herself a universe...

A lembrança mais remota que tenho é da minha tia me doutrinando enquanto encerava a casa ao som de Papa Don’t Preach e Open Your Heart, do LP True Blue que eu consegui esconder em algum lugar do meu guarda-roupa. Nessa época eu tinha pouco mais de 2 anos. Mas lembro (ou sou lembrado invariavelmente pela minha mãe) que vivia dançando com minha tia ao som de todo o disco.

Lembranças vagas dela durante minha infância passam sempre quando alguém me pergunta como virei fã. Lembro da dona da padaria saindo para levar o meu colega pra escola com uma sombrinha roxa com uma foto não muito bem escolhida da Madonna estampada.

Depois disso, numa onda muito bem elaborada de pop em meados dos anos 90, que envolvia uma paixão confessa por Spice Girls, ganhei de aniversário o Bedtime Stories e não consegui tirar Human Nature da cabeça. Apesar disso, só cheguei no status de fan quando comprei o Ray of Light junto com um disco dos Backstreet Boys. Separei Madonna em outro patamar e consigo dividir boa parte do que me empenhei em aprender ou referenciar a partir do que experimentei ao conhecer sua obra e como ela cria até hoje.

Enxergo (e tento entender) a Madonna como uma construção de recortes bem delineados de referencias. Mas o importante é saber que a essência da arte está ali. Seguir sempre num circulo, interminável e sem se repetir. Então linda. Elegante. E rápida. Sempre rápida. Como um raio de luz.



TOP 5 Madonna
1. Intervention
2. Like a Prayer
3. Nobody Knows Me
4. Promise to Try
5. Nothing Really Matters


20 de novembro de 2008

For a girl...in this world?

Será que é mais fácil para as meninas?

Não escolhi minha amiga oficial pra sair do armário ainda. Até porque pra qualquer amiga minha, a notícia vem com um pacote: Lucas e Leo. Mas essa não é a discussão hoje. Na última semana, estava eu no MSN com minha amiga de trabalho:

Minha amiga diz: ta sozinho?
Luan diz: tô sim...
Minha amiga diz: quero ir numa boate gay.
Minha amiga diz: quero ficar com uma mulher...
Luan diz: hauahauahaua!
(Só consigo rir numa hora dessas!)

Minha amiga diz: to falando serio! Sempre tive vontade de experimentar!
Minha amiga diz: e chegou a hora!
Luan: pq hoje?
Minha amiga diz: não hj né?
Luan diz: hahahaha, mas isso não é vontade q aparece do nada
Luan diz: mas não sei se é uma boa vc ir pra uma boate
Luan diz: pode parece q não...mas é o lugar menos discreto pra isso
Minha amiga diz: mas me conta onde no mundo eu vou arrumar uma pessoa do nada pra experimentar! E considerando ainda que se não gostar não quero olhar p esta pessoa nunca mais
Luan diz: bate papo...voce conhece mta gente 'sem conhecer' de verdade
(minhas idéias são clássicas sem eu perceber!)

Minha amiga diz: me da um endereço ai? nunca entrei em nenhum!
Luan diz: http://batepapo.uol.com.br/
Luan diz: escolhe o tema ai...
Luan diz: por favor não escolha Sexo. Vai em Encontros ou Amizade...
Minha amiga diz: Vou viajar nesse bate papo. Bjo.
Luan diz: rs
Minha amiga diz: O que eu faria sem você? Você sabe de tudo!

Mesmo com toda essa facilidade na conversa, acho que ela não percebeu que eu não só sei tudo mas sou tudo mais além do que imagina que eu sou.

Fellas that are in the mood?

18 de novembro de 2008

Blonde on Bond

E começa mais uma do James Bond. Anos atrás, era polêmica: o novo 007 é loiro!

Os órfãos do Pierce Brosnan torceram o nariz. Falaram muito. O que o Daniel Craig fez? Biquinho.

Agora, com a seqüência Quantum Of Solace, Daniel Craig aparece novamente bicudo e provando que foi uma escolha certa: o novo filme já arrecadou pelo mundo mais de 200 milhões de dólares.

Aqui no blog não temos problema nenhum em aceitar um 007 loiro. Inclusive, temos uma teoria. Quando os loiros são bonitos, dá até raiva, porque são bonitos com exagero. Agora, quando são feios... Não existe pessoa mais sem sal no mundo.

Cada um escolheu um loiro para representar a teoria:

Leo adora um Beck.

Luan vai de Rodrigo Hilbert.

E eu apresento a vocês: Gabriel Aubry.

16 de novembro de 2008

Mas de repente... tirou!

Como já jurado e sacramentado, esse final de semana era pra ser nosso. E foi.
Depois de algumas horas de espera, eis que... aparece o Luan que não se rende ao ouvir meu "pssssiu". Olhou pro lado estando certo de que aquilo era com ele. E era. Rs... Depois do abraço carinhoso naquele amigo muito mais que querido, fomos ao encontro do Lucas. Mais abraço e o círculo fechado. 3 sem tirar... Como eu gosto disso!!!!!
Conversa vai, conversa vem, decidimos ir pro buteco oficial dos 3. Desce uma, desce duas, desce todas. Eu já tava ficando vesgo de ver aquelas garrafas em cima da mesa e até certo ponto constrangido com tanto assunto que aparecia. Constrangido nada, tava morrendo de rir dos casos e acasos dos meninos e, de quebra, apreciando a beleza humana que por vezes tirava minha atenção e a do Luan também. Como sempre, ou quase sempre, não nos contentamos com isso e fomos pra uma pracinha próxima pra ficar jogando conversa fora. Uma barra de diamante negro muitíssimo bem vinda depois do álcool e todas aquelas coisas que a gente só fala entre amigos. Delícia de noite!
Delícia de noite até aí, porque do nada me aparece uma ratazana (pra mim aquilo era uma capivara) do tamanho de um gato. O nosso herói Lucas foi louuuuco pra cima dela pra assustá-la mas isso definitivamente não fez muita diferença. A lontra, digo, a ratazana veio em nossa direção e sumiu no mato. A gota d'água. Levantei e falei com os meninos: "Agora chega, né? Essa foi pra gente ir embora."
Os meninos me acompanharam até uma certa altura e alí ainda ficamos mais alguns minutos. Uma meia hora talvez. E então surge um pedido: "Léo, faz um 'Momento Amy Winehouse' e sai gritando e bate naquela banca?" Aquilo me pareceu absurdo nos primeiros segundos. Vou ser preso, pensei comigo. Olhei prum lado, olhei pra outro...
Sem noção!
Enfim, não passo nunca mais naquela rua.

He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go

11 de novembro de 2008

De repente, sem tirar...

As melhores coisas ficam nas entrelinhas. A medida que a gente cresce, nossos encontros tem um gosto cada vez mais significativo. Fazia tempo que os três do blog não se encontravam sob o mesmo teto, no mesmo quarto e com a mesma vontade de conversar.

E a sensação é de que tudo continua no mesmo lugar. O que nos dá uma segurança necessária pra gente enfrentar qualquer coisa. Seja o Lucas sem o Mr. Fish por um tempo; seja eu, Luan, em idas e vindas (des)necessárias a ex namorados ou até o Leonardo com sua conclusão de curso eminente e estressante.

Tá sempre um aqui pelo outro. Pra falar sobre tudo que reprimimos no dia-a-dia ou pra compartilhar a nossa visão sobre um filme de tanta importância quanto Shelter. Recomendamos e falaremos dele novamente.

Nesse final de semana, estivemos todos juntos. Fizemos questão de intimar o Leonardo a postar com mais frequência e já definimos metas para antes do início de 2009. A partir do dia 10 de dezembro, o Lucas não toma mais refrigerante, o Luan come alface e tomate em todas as refeições. Tudo isso pra garantir que o Leonardo realmente pare de fumar. Não duvido que dê certo.

"Bitches in the afternoon..."

3 de novembro de 2008

Blogueiros XXX

Profissão do dia: blogueiro porn star. Ai que susto! Calma, ninguém aqui virou ator pornô.

Tudo começou com uma promissora carreira em moda, na cidade de Paris. O jovem trabalhou com famosos ateliês de costura da cidade, como Jeremy Scott, Givenchy e Balenciaga. Quando assustou, estava trabalhando com Mario Testino e Karl Lagerfeld.

Do nada, ele larga tudo e cai no mundo pornô. Másculo, com rosto exótico e uma tatuagem esquisita que imita um corte militar em toda sua cabeça, François Sagat virou um ícone no efêmero universo pornô gay. E quando você acha que já viu tudo dele...

O cara flerta novamente com a moda. E vira modelão. Incentivado por um ex-namorado, vira blogueiro também! No seu blog oficial, Sagat posta fotos conceituais, pornográficas, pessoais e vídeos diversos (tem um bizarro dele fazendo um clipe para Side Effects, da Mariah Carey). Se você tem 18 anos ou mais, vai lá. E se tiver mais animadinho, veja o portfólio dele aqui.

Agora a história desce a linha do Equador. O paulistano vai divertir em Buenos Aires, conhece um hermano gostosão e apaixona. Os anos passam e o contato não encerra, até o dia que decidem morar juntos. Másculos, malhados, bonitos, com mesma altura e mesmo peso. Parece até alma gêmea. Nem precisa dizer né? Lá vão eles pro mundo pornô.

O brazuca Pedro Andreas e seu amor hermano Daniel Marvin fazem vários filmes juntos, realizando aquela fantasia que muita gente tem de casal de namorados. São bem cotados. Ô, e como.

Se você tem 18 anos ou mais, pode passear pelo mundo virtual de Marvin e Andreas. Tem site oficial, canal no youtube e o blog oficial! E se não for suficiente, veja esse amor todo aqui.

I power blowjob Blogger.

22 de outubro de 2008

The Flirtation Dance

Acreditar que todo hetéro é curioso é um dos meus principais erros. Me faz apaixonar fácil por eles e me obcecar sexualmente pela chance de trepar com algum deles. Duvidar de uma brincadeira sacana de um rapaz hetéro é outro erro contraditório meu, porque, na maioria das vezes, eles estão curiosos. :)

Caso #1: Num bate-papo no MSN corporativo [porque eu curto perigo], ele começa a falar sacanagem. De tudo um pouco até chegar numa parte interessante em que ele brinca alegremente com o conceito de 'pau grande'. E a conversa vai durando até que trocamos MSN pessoal e o tom da brincadeira ganha tonalidades de excitação visual [a gente começou a lanchar juntos]. Um dia, depois de quase 10 horas extras, ele, hetero convicto e noivo, me chama no msn e diz que 'tá na fissura', que precisa 'tirar uma' e me diz que tá subindo pro meu andar. Por medo e por pudor demais, a gente acabou se conhecendo como dois adolescentes que 'tiram uma' juntos. Só que no banheiro da empresa. Um mês depois, ele foi demitido por fazer sexo com uma menina na sala de TI. Sorte a minha.

Caso #2: O cara do meu ônibus. Ele chama Flávio e tem uma cara muito amarrada. Um perfume delicioso que me deixa sem ar. E a gente se cumprimenta com a cabeça. Ainda não tomei coragem de bater papo com ele. Ultimamente ele [ou eu] evitamos sentar perto um do outro.

Caso #3: Outro cara no MSN corporativo [Acho que sou demitido a qualquer hora]. Dessa vez, não fiz nada. Só pedi uma ajuda e afirmei que meu cliente contratante ia me f*der senão o atendesse. E, pra minha surpresa, ele solta: "Aí você vai gostar né?". Não esboçei reação. Ou ele era muito descarado, ou eu dava muito na cara dele que o achava gostoso. Achava.

Fato: Coragem demais? Pudor de menos? Acho que tô acreditando demais em heterossexuais.

Dance? You're not fighting...

8 de outubro de 2008

Dentro do Ônibus...

A linguagem é ocular. E corporal. Ele desvia o olhar quando eu o pego me olhando. Eu mexo meus lábios freneticamente seguindo o ritmo da música que toca no meu mp3 player. 1º Dia.

A linguagem é ocular. E sensorial. Ele não tem outro lugar para sentar a não ser do meu lado. O desconforto é nítido. Aqueles braços gigantes e fortes me apertam para perto da janela. 2º Dia.

A linguagem continua ocular. E estonteante. Já fazem duas semanas e a troca de olhar é eficiente para me tirar o fôlego. Dá última vez que ele sentou do meu lado, o perfume era tão forte que eu dava baforadas singelas [mais dramáticas aqui no post] em direção a janela. O olhar dos dois permanece duro em direção ao horizonte insignificante. Qualquer virada de olhar brusca diz mais do que uma mão no joelho. Meu mp3 player fica sem pilha. 15º Dia.

A linguagem ocular já me faz rir. Mas agora ela vira verbal. Eu e minha Revista Epóca sobre a crise americana. E meu mp3 que grita no meu ouvido [e no corredor do ônibus] uma música embaraçosa do N Sync. Posso ser nostálgico. "Ei, posso dar uma folheada na sua revista?". Eu balanço a cabeça e entrego. E a linguagem ocular é direta pro meu globo ocular. 20º Dia.

Depois disso a linguagem ocular é finalizada com um balançar de cabeça do tipo "e aí, brother?". Eu continuo com meu mp3 player plugado no último volume. Continuo fazendo as coreografias com os pés tímidos, mas dá última vez que o celular dele tocou no banco atrás do meu, eu ouvi. "Alô!...É...É o Flávio".

Perdi a conta de qual dia foi esse, mas o próximo dia dessa história, eu devo lembrar com certeza.

It's amazing what a boy can do...

5 de outubro de 2008

Você é o que você escuta [Part I]

Coloque seu tênis mais confortável e sua calça bem surrada e caia na pista. Uma bela voz, uma batida pulsante e uma linha de baixo que te faz mexer sem querer. É só isso necessário. Só dançando que podemos nos sentir livres. Timidez? Tranque a porta para ninguem te ver.
E quando a porta estiver bem fechada, escute o que quiser. Porque é assim que um rapaz gay se denuncia quando escuta...

1. The Power of Good-Bye, da Madonna [Ray Of Light, 1998]: moderadamente conservador porque Madonna hoje é old fashioned mas também é referência gay. Curte muito o valor acadêmico da Madonna e tenta vender que ela não é diva gay, mas icone da cultura popular mundial [e é mesmo]

2. Overprotected, da Britney Spears [Britney, 2001]: escandalosamente descarado, gosta de rebolar vez ou outra (mesmo que seja no banheiro de casa) e dificilmente vai se segurar quando tocar uma musica dela na festa da sua tia.

3. All is Full Of Love, da Bjork [Homogenic, 1997]: alternativo, no armário e faz aquele tipo de gay misterioso que não liga muito se os outros sabem, se querem saber e se ele vai contar algum dia.

4. Heartbreaker, da Mariah Carey [Rainbow, 1998]: disfarça que gosta muito da veia hip hop da Mariah e destila comentários de que ela é muito gostosa. Sofre muito quando escuta uma balada dela e sempre coloca os hits bombantes pra ouvir no carro [Porque só isso da Mariah que presta!]

5. Beautiful, da Christina Aguilera [Stripped, 2002]: procura auto-afirmação, escuta quando se sente sozinho no mundo [se escuta sempre é pq realmente está sozinho]. Se escuta o remix, vive em alguma boate perambulando pela vida sozinho no mundo, também.

6. Crazy, da Alanis Morissette [The Collection, 2006]: escuta Alanis porque ela ajuda a liberar a raiva com vontade, acredita [intimamente] em mulheres poderosas porque a maioria delas são lésbicas (ouve Pink, Sheryl Crow e derivados - sem ser pejorativo!)

Você escuta o que? Eu escuto todas.

1 de outubro de 2008

Propagando


Hoje temos poucas palavrinhas. Tudo porque do rascunho até a arte final rolou coprofonia, idéias, cervejas e risadas suficientes. O resultado é a primeira campanha de divulgação do 3 sem tirar! Em breve nos lugares que você menos imagina.

Clica que você visualiza melhor.

By Leo, Luan e Lucas.

Não poderia ser diferente. Tudo isso prova que santo de casa faz milagre sim. E se o coroinha for gatinho e o padre aceitar, rola até casamento!

Próximo passo? Capa da Details igualzinho os meninos de Gossip Girl.

28 de setembro de 2008

Bon D'Accord

[2003]
Não dou certo. Vou continuar procuranto mais das coisas que eu deveria fugir. E não é uma questão de reciprocidade porque não ganho nada em troca. Mesmo me escondendo bem protegido, as paredes comecam a desabar de uma vez só.

[2008]
Nessa epóca, cada passo que eu dava virava um novo engano.

[2003]
Desespero, arrependimento e carinho eu sentia por você. Odiei ter que admitir que tinha perdido o controle e isso me tomou tempo.

[2008]
Tempo para exergar em mim alguém elegível ao amor de outrem, para querer encontrar alguém tão especial quanto você mas, dessa vez, sem esquecer que eu devo ser especial também.

Sem esse recurso bobo de metáforas e viagens imaginárias do tempo, ainda continuo com medo quando alguém chega perto demais.

How bout how good it feels to finally forget you?

25 de setembro de 2008

Meus queridos...

Olá pessoal, td firmeza com vcs?
Espero que sim...

Vim aqui hoje apenas para dizer que ando meio ausente do blog por alguns motivos pessoais. Estou vivendo uma fase um tanto conturbada e pra piorar as coisas o meu pai não andou muito bem de saúde. Fui visitá-lo e acabei ficando uns dias por lá, o que só me apertou ainda mais com minhas obrigações.

Já são 05:30hs da manhã e só agora tive tempo pra ir dormir. Daqui a pouco, às 08:00hs já estarei na rua correndo atrás. Enfim, tá osso mesmo!!! Mas assim que aparecer uma brechinha eu volto a ativa.

Espero que todos compreendam.

Um grande abraço a todos e até breve!

23 de setembro de 2008

Por Aí...

Eu saio a noite para dançar. Sem qualquer outra intenção. Além de me embebedar e escapar de tudo que me desacelera na vida. A Rihanna até canta [ok, aqui, estou sendo o mais gay possível] 'I just came here to party'. Já ouviu essa? Pois é, sou eu.

Não acredito que seja uma postura muito desafiadora, no entanto. Pode ser até conformista. Não frequentar ambientes (a priori) GLS não te contena a um reduto exclusivamente só de heteros [até porque eu e os meninos podem estar lá] mas, sem sombra de dúvidas, limita suas opções.

Feliz daqueles que saem de casa se lixando para as opções. Por isso eu saio a noite para dançar.

O pior é que, agora, eu saio a noite para dançar. Mas se ele ligar, eu penso em voltar pra casa.

Party's just begun?

18 de setembro de 2008

Declínio

Todo o tempo investido não foi pouco. Não adiantava mais falar ao celular e repetir frases no MSN. Beijar não significava nada e sentir tesão era fácil nos filmes.

Quando as coisas com ele começaram a ficar menos Disney e mais Linha Direta, eu caminhei silenciosamente para a direção contrária do amor-próprio. As fotos da época revelam um semblante triste e um sorriso falsificado. Era o abandono de uma auto-suficiência espontânea e criativa.

O dia começava com uma briga via celular. Nem mesmo esse desagradável momento era genuíno. Adoro olhar nos olhos.

As pessoas se marginalizam quando descobrem que o amor acabou. O culpado foi você, claro, por não saber namorar. Existia um curso profissionalizante?

Você chora no ônibus, no cinema, no banheiro de uma festa de casamento. Você arrepia quando o telefone toca. E treme, quando ouve o nome dele. Comigo na linha, ele diz que vai contar para toda minha família, amigos e colegas de trabalho. E aquilo que eu nunca havia contado para ninguém volta em forma de praga.

Aí você, que sou eu, chega em casa e se tranca no quarto. E o telefone toca de novo. Enquanto ele grita do outro lado da linha, você, pela primeira vez, lembra o quanto era diferente antes dele. E ao invés do silêncio de olhos molhados, fala num tom de voz ainda desconhecido:

- Quer contar pra todo mundo? Conta! Eu sei onde você mora, estuda e trabalha. Eu conheço seus melhores amigos e sua família. Você não. Quer jogar?

E o jogo terminou quando ele percebeu que tudo que tinha a perder era o mínimo meu que ele conseguiu ganhar.

Passada a mágoa, o quadro acima
mostra o que você representa hoje pra mim.

14 de setembro de 2008

Eu corri e corri...

Eu sempre arrumei um jeito de me adaptar ao meio. Na escola, fugi um tempão da educação física por detestar futebol e por me achar gordinho demais. Com o tempo, legitimei minha aversão pelo futebol ao provar que era muito bom jogador de volêi.

Apesar de desenvolver amizade mais fácil com meninas nessa epóca [isso mudou!], me safava sempre como o "cara que era chegado das mais bonitas". Como o "gay", só para os mais sensíveis. E gays também.

Experimentei o anonimato sexual do melhor jeito que tinha, namorando um amigo da sala. E experimentei a não-dificuldade em ser gay por medo da exposição por um bom tempo. Aí eu me alistei no exército...

Perdi a conta do número de vezes que esse sargento me chamou de bicha. Acho que foram 6 ou 7. Ele só olhou pra mim. Perguntou meu nome e no meio da minha resposta, ele já disparava isso e a sala de exame em silêncio. No dia, eu conseguia descrever cada vez que ele gritava no meu ouvido no quarto com uns 40 meninos da minha idade. Mas não descrevi. Voltei pra casa. Como eu tremia.
Lembro de tremer tanto que minha voz perdeu toda força no exame de vista.

Não falei com ninguém. Decidi deixar isso de lado pra conseguir descobrir que esse lance de anonimato sexual somente serve de boa ferramenta de sobrevivência se você tem com quem dividir, como eu tenho o Lucas e o Leonardo.

"I'm still running away..."

10 de setembro de 2008

Escrito, Não Enviado, Não Dito [Ainda]

Querido Felipe,

O tempo parece passar mais rapido do que eu mesmo posso contar. Isso é bom? Conhecer você me fez perceber que as viradas do relogio andam na velocidade correta pro nosso coração. Houve um tempo em que eu acreditei piamente que os dois [sim, juntos] iriamos enfrentar tudo aquilo que me incomodava tanto quanto a você. Toda a desculpa que eu tenho hoje para não nutrir sentimentos ruins em relação a você é que tive a sorte de ter um amigo por perto para me ajudar a me descobrir. Essa desculpa também serve para tentar explicar porque nao consigo confiar 100% em todo mundo logo de cara. No final do dia, eu sempre vou me perguntar como se desenrolou esse processo todo pra você. O número de músicas que lembram você, as pessoas que me remetem diretamente a você, os lugares que eu passei com você. Tudo misturado na minha cabeça. Hoje eu consigo voltar lá atrás. Sem muita frequência e com variações de reação. Acho que devia ter dito que te amava. Mas não o fiz. Só senti muito. Vou guardar essa nota mental para o que me aguarda.


Querido Fernando,

Que saudade! Do cheiro, do suor, do sorriso e da falta de compromisso. Eu contei em algum lugar que tive uma experiencia que tangia pelo vértice da descoberta e novidade incessante. Ainda bem que estava muito longe de casa. Foi junto de você que eu vi um Luan que apareceu só naquela terra. Lembro das minhas pernas bambas com um medo gigante de tudo o que tava acontecendo. E por outros motivos. Lembro de como eu curti tanto um dia que aparentemente não iria me interessar aqui onde eu moro. E do dia que eu quase afoguei na piscina. E você estava lá. Situações desconfortáveis faziam sentido perto de você. Mas os dois sabem que só seria isso. É por isso que valeu a pena, pelo sexo, pela parceria e pela certeza de que a gente não ia manter contato.

Querido Alexandre,

Fiquei afim de você por todas as razões erradas. Fiquei afim porque você me segurou uma hora na sala de bate papo.
Fiquei afim talvez porque você tem um sotaque engraçado no telefone. Fiquei afim também porque você me fez rir de coisas que eu rio sem um pingo de vergonha. Fiquei afim possivelmente porque você mora longe e as propabilidades de machucar ou manchar algo legal são menores. Menores. Não, de maneira alguma, remotas. E as probabilidades tem uma preferência por pessoas como eu. Comedidas demais e sonhadoras demais, quem sabe. E a mancha tá bem clara hoje ainda. Nunca é uma palavra forte pra mim em relação a sentimentos como esses. Antes fosse experiência. Ou antes não fosse. Mas o valor que eu dou a mim hoje é maior do que já foi um dia e por isso tudo, acho dificil confiar em você. Eu aqui não me enxergo muito digno de muitos esforços para que seja reconquistado. Isso nem é um recurso pra você achar que sou inalcançável, não. Mas ou eu me acostumo a reduzir meus níveis de expectativas ou você supera elas. De novo.

Querido Jonanthan,

Acredito que todo mundo está em busca deliberada por sossego. Saimos por aí bebendo espiritos e idealismos na esperança de encontramos um pra gente. Todo mundo deseja encontrar alguém muito especial, mas nesse processo é muito fácil esquecer que somos especiais também. E isso acontece com você. Seja pra ser amigo ou pra qualquer coisa. Sua necessidade de ter alguém
Você tem o hábito de dizer o que quer mas não querer dizer o que você fala. E é irresistível. Quem sabe se eu tivesse a sua idade. Quem sabe se você não fosse tão gostoso e perdidamente convidativo para algo que eu já nao me permito faz tempo. E nem é pelo sexo. Que nao aconteceu. Ainda bem. Mas pela palpitação no meu coração que merece ser bem mais seletiva.

4 de setembro de 2008

Eu Sou de Verdade

Até onde você pode ser amigo íntimo do meu "ex-futuro alguma coisa" que é um hetéro [com dúvidas] convicto. Vale dividir experiências noturnas e comentar sobre o cara mais gato que passa a custo de ouvir sobre aquela morena baixinha da bunda gostosa. Ele é muito confuso. Sinto que contribuo pra essa confusão. Sinto que não vou ter beneficio nenhum nisso. E ele tem todos os sinais de 'Nao Se Apaixone'. E ainda bem que eu ainda não me apaixonei.

Mas porque eu continuo jogando as cartas que ele espera, eu não sei.

Ele precisa fazer sexo com uma menina para sentir validação na sua opção sexual pra dizer que me ama. E eu digo isso com facilidade. Não porque sou gay, mas porque amigos devem dizer isso. Ok, porque sou gay também. Só depois dessa validação que ele se sente a vontade para fazer brincadeiras que ofereçam "ameaça" a nossa "amizade" e a masculinidade dele.

E, curiosamente, ele percebe que eu percebo. E, levianamente, ele continua a jogar. E, irresponsavelmente, eu aceito o convite. E demonstro minha insatisfação quando ele fica com alguém. E fico sem vontade de conversar com ele. Quando ele diz "eu te amo" com a facilidade que ele disse ontem, eu só respondo "ok". A retórica é "você está bem?", eu digo "tudo bem" e ficamos por ai.

O fato dele saber que sou gay e se sentir a vontade com isso estimula minha imaginação? Ou será que o fato dele saber que sou gay e que fiquei amigo dele sem precisar usar essa carta estimula a curiosidade dele? Independente do que for, o jogo é cansativo e o chocolate que ele me comprou da última vez que saímos tinha um gosto muito doce até ele me contar que dormiu com a ex namorada dele.


if you really want it good, get yourself a bad boy...

2 de setembro de 2008

Pensando entre parênteses

Uma vez, eu e ele passamos uma manhã-tarde-noite juntos. Foi inédito.

Deu para conhecer a amiga dele (ela me contou que era lésbica e ele não sabia), conhecer a casa dele (sem a presença da mãe eu me senti à vontade), ouvir música (ele gostava daquela música que eu pulo hoje), ver fotos de quando ele era criança (eu roubei uma sem ele ver), deu para conversar sobre relacionamentos (eu fui o primeiro cara que ele beijou), conversar sobre medos (eu tenho medo de ficar sozinho) e ficar com medo de conversar (eu chorei de verdade pela primeira vez na frente de alguém).

Não deu para acordar cedo no dia seguinte (nunca dá), não deu para conhecer a cidade (ele trabalhava perto de casa), não deu para sentir tesão (mesmo falando de fantasias) e não deu para criar nenhuma raiz (voltei pra minha casa no final daquela tarde e perdi a foto dele no ônibus).

A melhor coisa das reticências são seus três pontos finais.

29 de agosto de 2008

Is All Full Of Love?

Será que o amor está mesmo disponível do jeito que todo mundo tenta me fazer acreditar? Não consigo evitar a sensação de que algumas pessoas tem mais facilidade que eu para isso.

Meu melhor amigo/irmão vive inebriado de um amor que eu tenho medo de provar. Por já ter provado antes. Ou talvez por medo de me provar que nunca provei algo assim.

Eu nunca amei alguém com tanta desenvoltura e liberdade como foi com XXXX. Fiz um tanto de coisa errada por escolha própria. Ou por não ter saída. E eu passei por tudo isso, esperando me sentir feliz o suficiente para tentar de novo.

"Tudo está cheio de amor. Você é que não percebe." A música é linda, o clipe é genial o que mais me irrita é o quanto a Björk parece estar certa e eu cego. Porque será?

27 de agosto de 2008

Vai me entender...

É impressionante como as coisas acontecem em nossas vidas e como essas mesmas coisas mudam de 'A' pra 'Z' num espaço de tempo tão curto.

Até pouco tempo artás eu estava completamente envolvido com um rapaz que era tudo pra mim. Eu conseguia ver doçura no gesto mais tosco e me conformava com qualquer coisa, desde que estivesse do lado dele. Vivi um tempo de glória, pelo menos eu acho. Tudo tava bom e tudo era azul estando do lado dele.

Com o passar do tempo eu acabei me convencendo de que nada daquilo fazia sentido e desde então meu comportamento com ele mudou radicalmente. E eu não consigo esconder a minha falta de interesse por ele. "Mas por que você não me abraça direito? Por que você não fica mais feliz quando me vê? Por que você anda tão distante? Por que... ?". É mesmo de se estranhar uma mudança de comportamento tão brusca mas, infelizmente ou felizmente, o inesperando aconteceu. Acabou o encanto, perdeu a ternura. Hoje, por mais estranho que possa parecer, uma pessoa que nunca me fez mal algum me incomoda profundamente simplesmente por estar presente no mesmo ambiente que eu.

Às vezes me pergunto: "Será que tô ficando doido?" Mas fato é que, da mesma forma que a paixão apareceu, ela desapareceu. Desapareceu e levou consigo todo e qualquer sentimento sem deixar rastro. Tenho medo de acabar magoando uma pessoa que não tem culpa disso ter acontecido e muitas vezes fico sem saber o que fazer. Não quero fingir ou ser falso mas também não posso ser tão rasgado e dizer que não quero mais trocar uma palavra. Mesmo porque, eu não teria uma boa explicação pra isso. Nem uma ruim, na verdade.

To me afastando e tentando digerir essa história de uma maneira mais tranquila pra ter sossego de conviver com o cara. Conviver por uma questão de necessidade agora. Ano que vem talvez eu mude de cidade ou quem sabe até de estado.

Preciso começar uma vida nova. Preciso respirar novos ares e conhecer novas pessoas... Se de tudo essa mudança toda não acontecer, quem sabe eu não vá morar no novo sítio e ser feliz para sempre com o carinha que 'conheci' na tal festa?

Bom, não deixa de ser uma opção. Mas até lá, me desejem sorte!


Sky's the limit!

22 de agosto de 2008

As 5 coisas que eles fazem numa primeira conversa

Não importa onde e nem como aconteceu: você está conversando com aquele gostosinho.

Se você for tímido demais, pode perder detalhes preciosos da expressão corporal dele, quando estiver de cabeça baixa e vermelho. Se você for soltinho demais, pode atropelar o pedestre e não deixar que ele mostre o quanto é interessante.

É só prestar atenção. Vamos aos detalhes que estão logo ali na sua frente:

1. Em 2 minutos de conversa, ele pegou no pau umas 5 vezes e apertou a boca 3. Com naturalidade, ele te pergunta “aí fera, é ativo ou passivo”?

a. Você quer sexo: responda participativo. E a nossa conversa acaba aqui. Porque o resto, colega, é com você.

b. Você quer tudo, menos sexo: diga boa sorte. Por mais que ele seja um tesãozinho, você vai estar tão decepcionado que não vai ser difícil.

2. Em 10 minutos de conversa, ele deu uma gargalhada maravilhosa e manteve um tom empolgante no papo. Se você for do tipo sério e travadão, repare nas mãos dele: se elas estiverem ainda mais animadas e bem contorcidas, ele pode ser um pouco mais soltinho do que você gostaria. Se isso não faz diferença pra você, ponto.

3. Ele fala com dificuldade onde mora, idade e qual curso faz. Calma, ele não está desinteressado. Pode ser que o tempo dele seja um pouco mais desacelerado. Ele pode ser um cara que não vai a lugares gls, que não tem muitos amigos gays e que tá cansado de ficar sozinho e finalmente decidiu baixar a guarda e arriscar. Nessa hora, você deve se mostrar confiável. Os detalhes chegam no momento certo.

4. O seu celular foi olhado mil vezes. Por você. A cor da camisa dele permanece tão incógnita como a sua risada. Tá na cara que o papo dele parecia mais promissor quando ele te dava aquelas olhadas. Não vai dar em nada, né? Dê uma desculpa e saia lindo. Se ele gostou de você, vai pedir o cel. Nessas horas, o seu celular é corporativo e você não passa o número para ninguém.

5. Por último, ocorreu tudo bem. Ele falou mais que você e, em cada palavrinha, você viajava: não deixe que sua timidez encerre o contato ali. Tenho certeza que você vai se chamar de burro muitas vezes e um encontro por acaso pode nunca mais acontecer. Aposte, mas não arrisque. “Então, qual seu celular mesmo?” Torça pra não ser corporativo.

18 de agosto de 2008

Chupa essa manga!

Depois de uma estressante busca por um lugar tranquilo e com um tamanho razoável pra criar uns animais, acabamos por comprar um sítio. Ufa! Eu já não aguentava mais ver tanto jornal espalhado pela mesa com anuncios de sítios e fazendinhas fantásticos mas que na verdade não passavam de sitiozinhos e fazendinhas bem "inhas" mesmo. Vai numa cidade aqui, roda outra alí, rodamos cerca de 3 mil quilômetros ou mais e quando já pra desistir de encontrar alguma coisa que preste... Tcha nan!!! Amém! Encontramos algo.
Muito bem, estamos na fase de "arrumação" do sítio e estive lá esse final de semana que por coincidência, tava tendo uma festa na cidadezinha próxima e eu não poderia perder a oportunidade de conhecer um pouco o pessoal. Ir me adaptando e quem sabe fazendo novos amigos.
Todo mundo pronto, fomos eu e dois amigos tomar uma gelada na cidade e nos apresentar ao povo. Maravilha! Povo animado, muita gente dançando (minhas pernas coçavam pra dançar), uma dupla tocando uma viola e rasgando João Mineiro e Maciano... Vez ou outra, meus olhos eram atraídos por um rapazinho ou outro, mas nada que realmente chamasse a atenção. Depois da quinta ou sexta loira, levantamos e fomos pro meio do povo pra ver de qual é que era. Nessa hora a dupla já tinha parado e tava rolando um axé meio estranho. Pelo menos eu nunca tinha escutado aquilo.
Olhando prum lado e pra outro, vi um rapazinho que por alguns momentos eu achei meio bizarro. Usava uma calça pouco convencional mas interessante, um cabelo que mais me pareceu bagunçado que arrepiado mas era também interessante e parecia que era dançarino da tal banda que tocava. Sabia todas as músicas e tinha uma coreografia pra cada uma delas. Depois desses alguns momentos achei o carinha uma gracinha.
Fiquei ali reparando e me vi babando no sujeitinho. Era um trem!!! Ia dançando e cantando a música e volta e meia tava com a língua no canto da boca ou no lábio superior, como se estivesse em pleno ato. Eu desfarçava, puxava assunto com meus amigos, acendia um cigarro, mas sempre de olho nele, e pra minha surpresa, ele de olho em mim. E o olhar dele, misturado com aquele sorriso de canto de boca, como que se dissesse: "Vem dançar comigo!" me deixou ainda mais desconcertado. Alguns amigos dele apareciam e ele sempre passava o braço no pescoço deles e me dava uma olhada, quase que me intimando. Eu desviava o olhar e ia buscar refúgio na lua. Ou melhor, no ecplise que tinha acabado de acontecer. E assim se seguiu por uns 30 minutos.
De repente, uma roda no meio do povo se abre e policiais saem carregando uma pessoa pelo braço. Tomei um susto e me afastei dali com meus amigos. Um deles se pronunciou: "Já chega por hoje, vamos embora?" e o outro não fez nenhuma objeção. Dei alguns passos em direção ao carro e decidi comprar uma bala. Uma desculpa boba pra voltar mas boa o suficiente pra me fazer entrar no meio do povo de novo e quem sabe encontrar o talzinho que tinha se perdido no meio da confusão. Voltei chupando a bala. E o dedo também. Rodei rapidinho lá no povão pra ver mais uma vez a figura mas ele tinha virado pó. Entramos no carro e fomos embora.
Não sei o nome e muito menos o telefone, mas sei onde mora. Quem sabe num próximo final de semana desses eu volte pra casa chupando qualquer coisa que não seja uma bala ou um dedo?
A língua dele?
Quem sabe!?

Chupa que é de uva!

13 de agosto de 2008

Territorial Pissing

Momentos estranhos e constragedores não me perseguem mais como na minha adolescência. Mas é fato. Não consigo mijar perto de ninguém. Esqueçe essa conversa fiada de intimidade crescente que isso nunca vai funcionar comigo.

Mictório? Não me atrai nem a milhas de distância. Evito qualquer contato visual em banheiro público. Porque simplesmente a tensão é estranha. E além disso, é meu pinto, é meu xixi e ninguem tem que assistir. Nem o Lucas, nem o Leonardo. Numa festa qualquer dessas, estavámos os três doidos pra mijar. Perdi contato com os dois pouco antes de encontrar um banheiro químico ou uma parede.

Um dia desses, cheguei em casa do trabalho naquela vontade incontrolável de mijar. Daquelas que chegam num ápice e depois somem. Mas já estava num estágio de tortura segurar o xixi. Qual a surpresa? O banheiro está em obra expressa, nas próximas 2 horas, segundo minha mãe. Pela minha cara de aflição, ela caiu na bobeira de pedir meu pai (o obreiro) pra liberar o banheiro pra mim. Ele abriu a porta, mas não saiu. 'Pode entrar, filho'. Foda. Parece descrição de conto adolescente. Mas eu não consegui mijar! Que pânico! Por 30 segundos, fiquei em pé com o pau pra fora e nada da merda do xixi sair.

E pra sair do banheiro? Me senti adolescente de novo. Estranho e constragido pela falta de controle de xixi na frente do meu pai.

[Panic Room - Cadê a Jodie Foster?]

8 de agosto de 2008

[15 coisas que eu procuro num amante]

Mesmo depois de testar por aí formatos que sustentem minhas necessidades, ainda penso sobe a facilidiade de alguns para encontrar alguém (e a felicidade de vê-los partir) e a minha dificuldade de encontrar (e perceber) alguém. Em 2002, Alanis Morissette fez (mais) uma música para lamentar sua perspectiva e (falta de) sorte com os homens. Aqui, nao é um lamento ou confissão desesperada de um encalhado. Mas devo admitir que a visão de sorte começa a me incomodar. Citando Morissete, aqui "não estão listada necessariamente necessidades, mas qualidades que eu prefiro".

1. Ter habilidade de falar de tudo (e de todos) com uma falsa propriedade que balance entre a arrogância e o charme.
2. Ser bem mais preocupado com seu crescimento do que seu bem-estar.
3. Fazer o bem sem olhar a quem.
4. Ouvir (criteriosamente) qualquer tipo de música.
5. Preferir uma conversa longa no telefone que comece só com um "tudo bem?"
6. Ser fã de uma cerveja necessária.
7. Gostar de pontualidade.
8. Ter pêlos.
9. Saber cozinhar.
10. Querer transar numa cadência similar a uma balada.
11. Cultivar barba.
12. Deixar sempre a sensação de "você não me conhece".
13. Gostar dos meus amigos.
14. Ser barrigudinho.
15. ???
Put love on hold...
Related Posts with Thumbnails