27 de janeiro de 2009

[Just like a pill]

A rejeição é o maior dos meus afrodisíacos.

Será que todas as relações não foram feitas para durar? Estamos sempre na busca daquilo que não vamos conseguir? Ou estamos sempre querendo mais daquilo que sabemos que não vamos conseguir?

Ainda não sei o que fazer quando percebo que alguém não me faz bem e mesmo assim eu não consigo largar. Ele é hetéro, já me provou por A + B ou qualquer combinação possível para provar sua heterossexualidade [uma vez que é necessário fazer isso ultimamente] e eu ainda me lanço em tentativas honrosas de tentar ficar com ele.

Mas e o jogo? Não consigo evitar e pensar que o jogo é parte de um interesse que desfruto nele. Mas eu já joguei esse jogo antes. E não achei graça.

Em algum lugar muito obscuro, coberto por um cortinha de seda negra bem fina e fácil de remover, eu esperava que ele entendesse que o jogo é importante só quando não se está apaixonado. Mas ele não entende e não percebe. E me afasta com a mesma velocidade que me faz ir atrás dele quando precisa de companhia. Na verdade, ele entende e opta por não perceber.

instead of making me better...

22 de janeiro de 2009

Ah, o verão!!!

Na Praia....

Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal ponto do verão é.... a praia!

Ah, como é bela a praia.. Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias. Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas. O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia.

E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem.. As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar o poço pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé. Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.

Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!!

Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família.

Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical...

Qualquer semelhança com a vida real, é uma mera coincidência.

"Luís Fernando Veríssimo"

É mais ou menos por aí mesmo!!!

18 de janeiro de 2009

Better...

Qual o benefício de rever o passado? Qual o impacto de reviver o passado? Encontrei meu ex por curiosidade, por saber que as intenções eram escusas e por querer que elas fossem desse jeito. Minha curiosidade virou vontade de sumir quando percebi que poucas coisas mudam quando não se conhece bem as pessoas.

Encontrei o primeiro cara que eu amei mesmo e falamos tudo que era necessário. Eu me lembro de tudo que não havia sido dito pela primeira vez. Todos os porquês e não-porquês. Todas as grosserias no telefone. Todas as vezes que não conseguia beijar a boca dele quando estávamos no cinema. E todas as sensações que eu ainda cultivo [ainda?] pelo cheiro que ele tem e pelo carinho que eu conservo [pra sempre] pelo bem que me fez me descobrir com ele por perto.

Com ele, eu não senti a pressão de que devo encontrar alguém. E encontrar alguém é raramente algo fácil de se fazer quando você é gay. Com ele, não precisei imaginar o quanto minha barriga vai incomodar um primeiro encontro. Com ele, as explicações foram necessárias somente pelo benefício de entender o que vivemos. E com ele, eu tenho certeza que não vou ficar mais.

“Who couldn't be together and who could not be apart...”

14 de janeiro de 2009

Prazeres Orais II

Festa de fim de ano da empresa. O flerte já era natural. O empenho dele era embalado por tantos chops depois da meia noite. Ouvi alguém fazendo piada sobre como éramos amigos, mas não liguei.

Em algum momento da noite, decidi que ia dormir com ele. Ia dormir na casa dele, quis dizer. E em algum momento na volta de carona, ele me deu sinal verde ao dizer 'vou te pegar essa noite'. Já não era de hoje que eu me sentia meio distante dele. Por saber que ele não queria nada além do joguinho habitual. Mas hoje eu queria.

Na sua casa, uma semana antes do meu aniversário, o acanhamento fez a gente virar amigo de novo. A última vez que fisicamente senti que a linha de conexão existia já era no remoto churrasco de fim de ano [retrasado]. Depois de trocar de roupa, apagar a luz e gastar boa parte da 1ª hora juntos com o papo mais sacana do planeta, eu caí de boca. Porque era o que ele queria, era o que eu pretendia e era o que podíamos nos permitir. Fui dormir no chão do quarto dele com a sensação de que dessa vez, sim, não me perdia dentro do mundo dele à medida que ele não me comia.

No outro final de semana, dormi lá de novo.

What a lovely way to burn...
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